segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
sábado, 11 de fevereiro de 2012
A Fisioterapia do futuro: Ciência, tecnologia e um pouco de realidade
Nos últimos anos temos visto a evolução do Brasil no que
diz respeito aos programas de assistência à saúde. Está havendo um grande
investimento nesse aspecto, visando a ampliação do atendimento do Sistema Único
de Saúde (SUS) para a população. Além disso, o governo federal tem procurado
adaptar os novos programas às diversas realidades regionais existentes em nosso
país, principalmente estimulando a participação comunitária e que os
profissionais estejam cada vez mais envolvidos na comunidade, participando como
coadjuvantes e co-resonsáveis no processo de saúde-doença daquela população.
Por essa razão, tem-se buscado um novo perfil de
profissional de saúde, deixando de lado a hierarquização e o conhecimento
médico-científico verticalizado, e passando a obtenção de um novo paradigma,
onde os profissionais estão mais envolvidos e atuantes na comunidade, visando
não apenas o tratamento paliativo, mas sim a prevenção, considerando as várias
culturas e realidades regionais. Será que nós fisioterapeutas estamos
preparados para esse novo momento? Será que a nossa formação acadêmica nos
permite vivenciar essa realidade? E a tecnologia, agrega ou atrapalha essa nova
concepção social?
O intuito da formação da Fisioterapia é formar um
profissional generalista que veja o paciente como um todo e não segmentado ou
especializado em uma única área. Este é um diferencial da nossa profissão e
deve ser explorado e exigido do acadêmico cada vez mais, tendo a sua formação
voltada para a realidade, seja desde o atendimento ao SUS até em clinicas
particulares, trazendo sempre em mente, a equidade, responsabilidade e ética ao
tratamento do paciente.
O governo tem buscado alcançar novos patamares no que diz
respeito à tecnologia aplicada à saúde, entretanto, este ainda é uma questão
limitada a grandes centros de pesquisa, principalmente das regiões sul e
sudeste. Entretanto, a tendência é que aja uma ampliação nesse segmento,
fazendo com que as inovações tecnológicas cheguem às outras regiões. E isso já
vem ocorrendo em algumas universidades do Nordeste, que, por meio de projetos
de pesquisa, investem em tecnologia.
De toda forma, sabemos que a área da saúde está em
constante renovação e isso exige que, além da formação generalista, o
profissional venha a ser inovador, de forma que ele busque a novidade dentro
daquela realidade, e para que isso aconteça é necessário que ele tenha fome de
conhecimento, curiosidade pela pesquisa e acima de tudo pela descoberta de
novos métodos e/ou técnicas que venha a beneficiar os pacientes sem os
extrapolar os limites da realidade vivenciada.
A cada dia se descobre algo novo, pesquisas surgem,
equipamentos mais avançados, medicamentos e técnicas cirúrgicas evoluem. Isto
exige uma abordagem diferenciada dos profissionais e uma constante atualização,
que devem ser despertada ainda na faculdade. Por isso, o acadêmico deve ser incentivado
pelos seus professores a ter uma visão crítica e renovadora sempre com base
cientifica, para que esta ciência cresça e conseqüentemente essas inovações
venham a trazer benefícios para a Fisioterapia.
Atualmente os programas de ensino contemplam muitas
patologias e formas de tratá-las, deixando muitas vezes de lado a prevenção. Esse
tipo de formação focada na doença não está adequada à nossa realidade. O nosso
país está voltando-se cada vez mais para o aspecto preventivo. Temos uma
população que está envelhecendo e que precisa de uma atenção do ponto de vista
preventivo para que inúmeras doenças não venham a acometê-la. É fundamental que
o profissional de saúde enxergue e saiba atuar nessa situação, mas para que
isso ocorra, a universidade deve ser o ponto de partida para a conscientização.
É importante ressaltar que apesar de todos os avanços
tecnológicos somos fisioterapeutas, e que o toque e o contato com o paciente é
a nossa característica fundamental. Como citado anteriormente, é importante que
o Fisioterapeuta cresça com a tecnologia e com as inovações, porém não podemos
ficar refens delas. Os avanços da ciência não devem substituir nossa avaliação,
anamnese e o contato com o nosso paciente, os quais são importantes aliados no crescimento
da nossa profissão.
Com o futuro da profissão novas técnicas surgirão, de
modo que cada fisioterapeuta terá que estar preparado para esse novo momento,
por isso se torna fundamental a capacitação profissional e ter sempre a visão
global do paciente. A Fisioterapia está caminhando a passos largos, porém seguros
na conquista do seu espaço dentro da área da saúde.
A tendência é de crescimento da profissão movida pela
procura do profissional fisioterapeuta. Se estivermos conscientes do nosso
papel e focados em nosso trabalho, dignificando e fazendo valer a nossa
ciência, certamente teremos um futuro produtivo e repleto de novidades. A nós,
cabe também pesquisar e buscar enaltecer a Fisioterapia por meio da comprovação
científica, constatando a eficácia e a eficiência da nossa profissão. Em poucas
palavras podemos dizer que o futuro cabe a você, lutar pelo reconhecimento e
acima de tudo pela valorização, renovando-se sempre e fazendo da ciência e da
tecnologia parceiras na evolução e no crescimento da profissão. Esse é o
caminho da Fisioterapia, a união e a dedicação serão as guias nessa caminhada
rumo ao futuro. Nosso trabalho é tão digno e valoroso quanto qualquer outro,
basta só enxergarmos isso e fazer valer todo nosso potencial. De uma coisa
tenho certeza: o futuro não depende de ninguém além de nós!
Luan César Ferreira Simões
Fisioterapeuta
Graduado em Fisioterapia pelo Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ
Mestrando em Fisioterapia pela UFPE
Atua em empresa de Fisioterapia Domiciliar
Dr. Fabricio Lopes Conduta
Fisioterapeuta
Especialista em Fisioterapia Hospitalar
Membro efetivo da Liga sem Dor de Curitiba
Associado a Neurotrauma Brasil
Integrante da Neurorede (Rede Social Colaboratica de Neurociências)
Presidente da Sociedade de Fisioterapia Hospitalar
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Em busca do meu lugar ao sol: Afinal, um bom profissional é formado apenas por títulos?
Antigamente,
concluir a faculdade era sinônimo de emprego certo, de uma carreira promissora,
de dinheiro garantido. Acontece que atualmente o mercado de trabalho tem
exigido cada vez mais capacitação do profissional, tornando-o mais técnico. Após
concluir a universidade muitas dúvidas surgem sobre o mercado de trabalho
paralelo à inúmeras decisões fundamentais que refletirão diretamente no sucesso
profissional. Aquele profissional dedicado procurará aprofundar seus
conhecimentos e lapidar suas habilidades através de cursos de educação
continuada/qualificação/capacitação de curta duração ou ainda trilhando o meio
científico por meio da pós-graduação.
De acordo com o MEC existem dois
tipos de pós-graduação: lato sensu e
stricto sensu. A primeira corresponde a especializações de pelo menos
dezoito meses de duração e podem ser custeadas ou remuneradas. A última
corresponde ao mestrado e doutorado, os quais são remunerados e exigem
dedicação exclusiva durante um período de no mínimo dois anos para a sua
conclusão. Sendo assim, a CNPQ (Coordenação de aperfeiçoamento de pessoal de
nível superior) não permite que o profissional tenha qualquer vínculo
empregatício.
Geralmente o perfil daqueles que
procuram o mestrado e doutorado tende ao ensino e pesquisa, entretanto, com as
novas exigências do mercado de trabalho, muitos profissionais da área da saúde
estão buscando esses títulos, visando, muitas vezes, melhoria na remuneração,
além da qualificação técnico-científica advinda desses cursos.
Atualmente há um leque de oportunidades e
instituições que oferecem especializações em Fisioterapia vista a relevância da
profissão em todas as áreas de conhecimento em saúde. Grandes universidades
federais normalmente oferecem cursos de mestrado e doutorado (stricto sensu). Para ingressar nessas
universidades é necessário ficar atento ao período de inscrições (normalmente
no fim do ano), apresentar um projeto direcionado a uma determinada linha de
pesquisa, ser submetido a uma prova de idiomas, conhecimentos específicos e participar
de uma entrevista com análise de currículo.
Podem-se
citar grandes universidades de referência em Fisioterapia no nordeste e no
sudeste, tais como a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN),
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Universidade Federal de São
Carlos (UFScar) respectivamente. Ainda a
universidade Estadual de Londrina (UEL) no eixo sul do país.
Com relação às especializações lato sensu, há duas vertentes: as especializações “comuns” (com aulas
teórico-práticas, geralmente ocorrendo quinzenalmente nos finais de semana) oferecidas
por instituições de ensino superior particulares como na Universidade Gamafilho e no Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ), e em públicas como a Universidade
Estadual de Campinas (UNICAMP) e Pontifícia Universidade do Rio Grande do Sul (PUCRS)
onde o aluno deve pagar para freqüentar as aulas. Ainda existe um segundo tipo
que são as residências oferecidas por instituições federais onde o profissional
recebe ajuda de custo ou bolsa de estudos. Essas são geralmente conhecidas como
residência em Fisioterapia com abordagem teórico-prática. Pode-se ter como
exemplo a residência multiprofissional integrada em saúde da UFPE e da UNIFESP.
A residência multiprofissional é uma
proposta interessante, pois o fisioterapeuta é incluído como um dos atores fundamentais
no cuidar de pacientes, seja daqueles internados na unidade de terapia
intensiva e/ou daqueles em enfermarias gerais ou específicas do hospital,
juntamente com outros profissionais como médico, enfermeiro, nutricionista, psicólogo,
fonoaudiólogo, etc. Refletindo assim a importância da interatividade de uma
equipe multidisciplinar/interdisciplinar no tratamento dos pacientes internos.
Em João Pessoa há a residência multiprofissional do Hospital Universitário
Lauro Wanderley (HU - UFPB).
Diferentemente das especializações e
do mestrado e doutorado, as residências trazem para os profissionais uma carga
prática excepcional, bem porque os mesmos estão quase que diariamente
integrados na vivência do serviço. Para o mercado de trabalho, esse diferencial
pode ser importante quando considerado os aspectos práticos obtidos por meio da
experiência.
O mercado de trabalho exige uma
demanda profissional cada vez mais capacitada e atualizada. Estar apto para
encarar as dificuldades do meio profissional não é uma tarefa fácil, porém a
educação continuada parece ser o caminho mais viável. Perseverança, dedicação e
força de vontade são ingredientes fundamentais para o sucesso profissional, mas
para que o mesmo ocorra existe uma variedade de outros fatores. É sabido que
apenas uma pós-graduação não irá levar o profissional ao auge de sua carreira,
mas esse pode ser um começo, o primeiro passo para o engrandecimento
curricular, que por si só poderá abrir muitas portas e caberá ao profissional
(preparado) aproveitar esta oportunidade e conquistar o seu lugar ao sol.
“Os perdedores vêem a tempestade, os vencedores vêem
por trás de densas nuvens raios de sol”
Augusto Cury
Dra. Giselle Stephanie Kramer
Albuquerque
Fisioterapeuta
João Pessoa - PB
Graduada em Fisioterapia pelo Centro Universitário de João Pessoa - PB
Cursando especialização Reeducação Postural e Pilates
Atua como instrutora de Pilates em João Pessoa - PB
Supervisão de texto: Luan César Simões
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Faculdade de saúde privada: Falta de qualidade, livre concorrência ou caso de polícia?
Muito se fala sobre a relação de qualidade entre
instituições de ensino superiores privadas e públicas. A qualidade é um
parâmetro extremamente relativo, o que devemos considerar: uma infraestrutura
excepcional ou um corpo docente composto quase que totalmente por mestres e
doutores? Esse é apenas um exemplo (na maioria das vezes) das diferenças entre
as IES privadas e públicas, respectivamente. É certo que sozinhas (a
infraestrutura e o copo docente) não serão capazes de transformar alunos em
futuros profissionais de sucesso, mas cada uma delas possuem um peso importante
na formação profissional.
É importante ressaltar que existem vários profissionais
de renome formados em instituições públicas e privadas, isso só reafirma que todos
os profissionais formados têm as mesmas chances no mercado de trabalho,
independentemente de onde sua formação ocorreu.
Poderemos considerar como um ponto polêmico o
desenfreado crescimento de IES privadas ofertando cursos de saúde por
mensalidades baixas. É de se questionar se este tipo de faculdade estará
preparada para oferecer um ensino, serviço e infraestrutura condizente com as exigências
do curso da área da saúde. O curso de Fisioterapia, por exemplo, é um dos quais
se exige maior infraestrutura para a sua realização, visto que necessitamos de
laboratórios, clínica-escola com ginásios para exercícios e piscina aquecida,
equipamentos sofisticados para o atendimento fisioterapêutico e ainda, muitas
vezes, de um hospital-escola para a prática nos vários setores do mesmo. Será
que este valor de mensalidade, será suficiente para cobrir e/ou manter essa
estrutura?
Da mesma forma ocorre com as universidades públicas,
muitas vezes sucateadas, com laboratórios antigos, equipamentos quebrados e uma
gama de outros problemas que comprometem a prática do alunado junto aos
serviços. É importante que os governantes também invistam nas IES publicas,
assim como em pesquisas, profissionais e equipamentos de melhor qualidade para
viabilizar um melhor aprendizado aos acadêmicos.
Além das inúmeras faculdades que abrem por ano,
jogando no mercado de trabalho centenas de novos profissionais, outro item que
chama a atenção são os cursos que têm 20% da carga horária semipresencial,
tudo isso com autorização do MEC, por meio da Portaria 4.059, de 10-12-04. Porém fica a pergunta: É possível um profissional atender as
expectativas do mercado de trabalho tendo como base uma formação à distância?
Muitos alunos são iludidos com a idéia de uma
faculdade com custos baixos, aulas semipresenciais e curto tempo de duração do
curso, porém há um preço a se pagar posteriormente: a falta de experiência,
vivência e pouca aceitabilidade por parte do mercado de trabalho; tendo como
fim o inverso daquilo que foi planejado, fazendo do investimento um verdadeiro
desperdício de dinheiro e tempo, e tornando o recém-formado um profissional
ressentido e propenso a praticar a profissão de qualquer jeito, sem
preocupar-se com seus honorários e muitas vezes com as questões éticas
inerentes à mesma.
No curso de Fisioterapia, por exemplo, o aluno é
bombardeado por uma série de disciplinas, que abordam desde as fisiopatologias
das diversas doenças passando pelos exames diagnósticos até o tratamento
fisioterapêutico por meio de inúmeros métodos e técnicas específicas. Ao mesmo
tempo, é fundamental que este aluno já esteja familiarizado com a parte
prática, seja em atendimentos hospitalares, clinicas e/ou na comunidade, sendo
em formato de atividades supervisionadas pelos professores. Como aliar a teoria
à prática quando o curso é semipresencial e durante o turno da noite? Como formar
um profissional fisioterapeuta, que habitualmente mantêm uma relação de toque
com o paciente, nessas circunstâncias? Como investir em corpo docente
gabaritado e infraestrutura adequada quando se cobra mensalidade de trezentos
reais?
Todas as questões devem ser consideradas e
analisadas de maneira detalhada, levando em conta não apenas o custo da
mensalidade ou o tempo de curso, mas sim o que um curso de qualidade poderá
trazer de benefício para sua qualificação e o quanto ele poderá ser importante
no seu futuro como profissional e na melhoria da sua profissão, pois não
imagine que a profissão está nas mãos dos conselhos de classe ou entidades
representativas, a sua profissão está em suas mãos. Como já dissemos, a IES é
importante na formação do profissional, mas ela sozinha não é capaz de
construir um profissional brilhante, mas pode ser responsável por formar o pior
dos fisioterapeutas.
O que não é possível admitir é que usem a área da
saúde para enriquecer a custa de pessoas desesperadas à procura de um diploma
de ensino superior. O MEC poderia mudar as regras e possibilitar que os
conselhos de classe opinassem na aberta ou fechamento de cursos, assim,
existiria maior fiscalização e atenção a essa questão. Limitando que o mercado
de trabalho se tornasse mais saturado e com profissionais despreparados e
prontos para aceitar qualquer valor em troca do seu serviço, pondo um fim ao um
ciclo vicioso.
Especialista em Fisioterapia Hospitalar
Membro efetivo da Liga sem Dor de Curitiba
Membro efetivo da Liga sem Dor de Curitiba
Associado a Neurotrauma Brasil
Integrante da Neurorede (Rede Social Colaboratica de Neurociências)
Presidente da Sociedade de Fisioterapia Hospitalar
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
As dificuldades impostas ao ensino superior: Problemas de A a Z
O ensino
superior no Brasil passou e passa por uma série de dificuldades, hoje temos um
dos piores sistemas de ensino universitário do mundo, com uma constante
ampliação do acesso ao custo da diminuição do padrão de qualidade.
As grandes diferenças regionais, a pressão por um aumento no
numero de vagas, a contribuição para o desenvolvimento tecnológico e inovação,
a necessidade de expansão e atualização da pesquisa, a elevação dos padrões de
qualidade, os custos elevados e a conquista da autonomia
didático-administrativa e financeira são suficientes para dar uma ideia das
dificuldades que precisam ser enfrentadas em curto prazo se se quiser evitar
uma decadência da educação superior no Brasil.
A
perda da autonomia didático-administrativa e financeira é a primeira grande
dificuldade das universidades públicas brasileiras, atualmente essas
instituições têm seus currículos e práticas submissos às empresas privadas e ao
estado. Com as parcerias público-privadas se acentua a perda da paridade, isonomia
entre docentes e amplia-se a influência do capital em ditar os rumos de
pesquisas, currículos, projetos e programas no interior da universidade. Não se
pode deixar de falar sobre a perda da autonomia de gestão, ou seja, quem
determina o que deve ocorrer em termos de contratação de pessoal, patrimônio e
diretrizes curriculares são os poderes executivo e legislativo, o que significa
submissão das universidades as politicas e programas do governo.
O
ensino superior brasileiro enfrenta ainda dificuldades em decorrência das
péssimas condições do ensino básico que dificulta o letramento dos estudantes.
Muitos chegam à universidade com sérias dificuldades e lacunas de
conhecimentos, habilidades e competências. Outro problema a ser enfrentado por
essas instituições é que o Brasil é um país de grandes contrastes
sócio-econômicos e culturais e as universidades precisam se preparar para a
chegada dos filhos da classe trabalhadora com limites teóricos determinados
pela condição concreta de vida e pela pobreza cultural em que muitas famílias
vivem sem acesso aos bens culturais.
Outra
dificuldade é a realidade enfrentada pelos docentes do ensino superior, com
salários ruins, sem condições dignas de trabalho e uma constante ameaça da
perda do regime jurídico único para contratação. Os professores universitários
que quando contratados deveriam exercer a docência nos três níveis ensino,
pesquisa e extensão, passam a se dedicar exclusivamente à pesquisa devido aos
benefícios financeiros e ao maior apoio por parte do capital privado. Já os
técnico-administrativos assistem seus postos de serviço desaparecendo, sendo
suas funções terceirizadas, substituídas pelas fundações e outras empresas
prestadoras de serviço.
Na
tentativa de solucionar esses problemas o governo lançou mão de políticas
compensatórias, como a política de cotas, reserva de vagas, educação à
distância, além de programas como o Prouni e o Fies na tentativa de inserir os
estudantes das classes mais pobres no ensino superior privado. Essas são as
chamadas políticas de alivio da pobreza, servindo apenas para esconder o
problema real, sem resolver de vez a questão.
Os
problemas enfrentados pelo ensino superior no Brasil na verdade são problemas
da sociedade em geral e não apenas dos governantes, portanto, faz-se necessário
uma ação conjunta da sociedade e do governo na busca por soluções viáveis para
resolver não só o problema do ensino superior, mas sim da educação brasileira de
uma maneira geral.
Fisioterapeuta
Natal, RN
Graduada em Fisioterapia pela Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande - PB,
Especialista em Fisioterapia Traumato-ortopédica pela Universidade Gama Filho,
Cursando especialização em neuroreabilitação pela UFRN.
Atua como fisioterapeuta dermato-funcional e realiza atendimento domiciliar.
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