terça-feira, 27 de setembro de 2011

Prostituição Profissional: A Fisioterapia no caminho do sacrifício





Ultimamente tenho presenciado diversas demonstrações de revolta por parte de muitos colegas fisioterapeutas na tentativa de abrir os olhos dos Conselhos Federal e Regionais, companheiros de classe, políticos/gestores e de toda sociedade para barrar ou minimizar uma série de situações banais que corriqueiramente vêm tomando conta da nossa profissão, denegrindo-a e desvalorizando-a perante todos.

E sabe quem causa toda essa desmoralização da classe? Os próprios profissionais que se submetem a valores irrisórios, que se passam de profissional de ensino superior por meros técnicos, que “tratam” um paciente em 15 minutos com uma massagem que chamam de Fisioterapia, que enganam, que iludem e que tornam o nome da minha profissão um lixo na boca daqueles desavisados que se deparam com esse perfil de profissional.

Muitos colegas já afirmaram mudar de profissão, já se aceitaram como parte integrante da dura estatística de “desempregados insatisfeitos prontos para seguir noutra carreira”. Foi doloroso encontrar com uma colega que disse abertamente: “boa sorte para vocês (recém-formados), eu já desisti, vou tentar Medicina!”. O que está acontecendo com os nossos profissionais? Desiludidos ou incompetentes? Nenhuma profissão desfruta de 100% de esplendor e logo a nossa Fisioterapia com seus poucos (quase) 42 anos de regulamentação.

Lembra daqueles que prostituem a profissão? Esses estão por aí em qualquer lugar, fazendo “Fisioterapia” por qualquer trocado. Já não bastasse se encontrar no fundo do poço, ainda tenta exterminar a nossa Fisioterapia com a qualidade inerente aos quinze reais que eles recebem. No final de tudo, valorizo aquela que resolveu abandonar a Fisioterapia e seguir na Medicina.

Os Conselhos vêm com uma posição mais dura diante das várias impactantes situações encontradas. Muitas novidades/modificações e adequações em resoluções visando barrar o desenfreado (absurdo) fenômeno capitalista do: “pague menos e leve mais com menos qualidade”, encontrados nos sites de compras coletivas e também com uma nova resolução que está para ser aprovada acerca do valor mínimo para sessões de Fisioterapia. Penso que de questões jurídicas os Conselhos estão se valendo, mas na prática precisamos de mais evidências.

E volto ao princípio: ultimamente tenho presenciado diversas demonstrações de revolta por parte de muitos colegas fisioterapeutas. Sim, isso é maravilhoso! Fico muito feliz em ver que a cada dia recebo inúmeras mensagens por email, redes sociais e telefonemas com denúncias sobre as questões escandalosas já relatadas. É disso que precisamos, denúncias!

Nós temos que aprender a ser cooperativistas, precisamos prezar pela união e isso deve começar pela denúncia; sejamos nós os fiscais mais ferrenhos em defesa da nossa profissão; bem porque não adianta esperar apenas dos Conselhos, são poucos fiscais e mesmo tendo um batalhão deles, poucas são as denúncias que chegam de forma oficial. Sejamos nós os fiscais, sejamos nós dignos do nosso título, que na verdade é muito mais do que isso, é um dom, e saibam que muitas vezes um dom é como uma cruz que se carrega, uns à caminho do sacrifício, outros da salvação.


Luan César Simões
Fisioterapeuta



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João Pessoa, Paraíba, Brazil
Mestre em Fisioterapia pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE; Especialista em Fisioterapia Cardiorespiratoria; Graduado pelo Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ. Atualmente é professor universitário, foi fisioterapeuta do Centro de Reabilitação da cidade de Araruna - PB e é Delegado do Conselho de Fisioterapia e Terapia Ocupacional - Regional 1 na Paraíba. Trabalhou no Núcleo de Acolhida Especial do estado da Paraíba pela SEDH e foi pesquisador voluntário de grupos de pesquisa e estudos em saúde na Universidade Federal da Paraíba - UFPB.

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