sábado, 11 de fevereiro de 2012

A Fisioterapia do futuro: Ciência, tecnologia e um pouco de realidade


Nos últimos anos temos visto a evolução do Brasil no que diz respeito aos programas de assistência à saúde. Está havendo um grande investimento nesse aspecto, visando a ampliação do atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) para a população. Além disso, o governo federal tem procurado adaptar os novos programas às diversas realidades regionais existentes em nosso país, principalmente estimulando a participação comunitária e que os profissionais estejam cada vez mais envolvidos na comunidade, participando como coadjuvantes e co-resonsáveis no processo de saúde-doença daquela população.
Por essa razão, tem-se buscado um novo perfil de profissional de saúde, deixando de lado a hierarquização e o conhecimento médico-científico verticalizado, e passando a obtenção de um novo paradigma, onde os profissionais estão mais envolvidos e atuantes na comunidade, visando não apenas o tratamento paliativo, mas sim a prevenção, considerando as várias culturas e realidades regionais. Será que nós fisioterapeutas estamos preparados para esse novo momento? Será que a nossa formação acadêmica nos permite vivenciar essa realidade? E a tecnologia, agrega ou atrapalha essa nova concepção social?
O intuito da formação da Fisioterapia é formar um profissional generalista que veja o paciente como um todo e não segmentado ou especializado em uma única área. Este é um diferencial da nossa profissão e deve ser explorado e exigido do acadêmico cada vez mais, tendo a sua formação voltada para a realidade, seja desde o atendimento ao SUS até em clinicas particulares, trazendo sempre em mente, a equidade, responsabilidade e ética ao tratamento do paciente.
O governo tem buscado alcançar novos patamares no que diz respeito à tecnologia aplicada à saúde, entretanto, este ainda é uma questão limitada a grandes centros de pesquisa, principalmente das regiões sul e sudeste. Entretanto, a tendência é que aja uma ampliação nesse segmento, fazendo com que as inovações tecnológicas cheguem às outras regiões. E isso já vem ocorrendo em algumas universidades do Nordeste, que, por meio de projetos de pesquisa, investem em tecnologia.
De toda forma, sabemos que a área da saúde está em constante renovação e isso exige que, além da formação generalista, o profissional venha a ser inovador, de forma que ele busque a novidade dentro daquela realidade, e para que isso aconteça é necessário que ele tenha fome de conhecimento, curiosidade pela pesquisa e acima de tudo pela descoberta de novos métodos e/ou técnicas que venha a beneficiar os pacientes sem os extrapolar os limites da realidade vivenciada.
A cada dia se descobre algo novo, pesquisas surgem, equipamentos mais avançados, medicamentos e técnicas cirúrgicas evoluem. Isto exige uma abordagem diferenciada dos profissionais e uma constante atualização, que devem ser despertada ainda na faculdade. Por isso, o acadêmico deve ser incentivado pelos seus professores a ter uma visão crítica e renovadora sempre com base cientifica, para que esta ciência cresça e conseqüentemente essas inovações venham a trazer benefícios para a Fisioterapia.
Atualmente os programas de ensino contemplam muitas patologias e formas de tratá-las, deixando muitas vezes de lado a prevenção. Esse tipo de formação focada na doença não está adequada à nossa realidade. O nosso país está voltando-se cada vez mais para o aspecto preventivo. Temos uma população que está envelhecendo e que precisa de uma atenção do ponto de vista preventivo para que inúmeras doenças não venham a acometê-la. É fundamental que o profissional de saúde enxergue e saiba atuar nessa situação, mas para que isso ocorra, a universidade deve ser o ponto de partida para a conscientização.
É importante ressaltar que apesar de todos os avanços tecnológicos somos fisioterapeutas, e que o toque e o contato com o paciente é a nossa característica fundamental. Como citado anteriormente, é importante que o Fisioterapeuta cresça com a tecnologia e com as inovações, porém não podemos ficar refens delas. Os avanços da ciência não devem substituir nossa avaliação, anamnese e o contato com o nosso paciente, os quais são importantes aliados no crescimento da nossa profissão.
Com o futuro da profissão novas técnicas surgirão, de modo que cada fisioterapeuta terá que estar preparado para esse novo momento, por isso se torna fundamental a capacitação profissional e ter sempre a visão global do paciente. A Fisioterapia está caminhando a passos largos, porém seguros na conquista do seu espaço dentro da área da saúde.
A tendência é de crescimento da profissão movida pela procura do profissional fisioterapeuta. Se estivermos conscientes do nosso papel e focados em nosso trabalho, dignificando e fazendo valer a nossa ciência, certamente teremos um futuro produtivo e repleto de novidades. A nós, cabe também pesquisar e buscar enaltecer a Fisioterapia por meio da comprovação científica, constatando a eficácia e a eficiência da nossa profissão. Em poucas palavras podemos dizer que o futuro cabe a você, lutar pelo reconhecimento e acima de tudo pela valorização, renovando-se sempre e fazendo da ciência e da tecnologia parceiras na evolução e no crescimento da profissão. Esse é o caminho da Fisioterapia, a união e a dedicação serão as guias nessa caminhada rumo ao futuro. Nosso trabalho é tão digno e valoroso quanto qualquer outro, basta só enxergarmos isso e fazer valer todo nosso potencial. De uma coisa tenho certeza: o futuro não depende de ninguém além de nós! 



Luan César Ferreira Simões
Fisioterapeuta

Graduado em Fisioterapia pelo Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ
Mestrando em Fisioterapia pela UFPE



Especialista em Fisioterapia Cardiorrespiratória
Atua em empresa de Fisioterapia Domiciliar





Dr. Fabricio Lopes Conduta
Fisioterapeuta

Especialista em Fisioterapia Hospitalar

Membro efetivo da Liga sem Dor de Curitiba
Associado a Neurotrauma Brasil

Integrante da Neurorede (Rede Social Colaboratica de Neurociências)
Presidente da Sociedade de Fisioterapia Hospitalar

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João Pessoa, Paraíba, Brazil
Mestre em Fisioterapia pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE; Especialista em Fisioterapia Cardiorespiratoria; Graduado pelo Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ. Atualmente é professor universitário, foi fisioterapeuta do Centro de Reabilitação da cidade de Araruna - PB e é Delegado do Conselho de Fisioterapia e Terapia Ocupacional - Regional 1 na Paraíba. Trabalhou no Núcleo de Acolhida Especial do estado da Paraíba pela SEDH e foi pesquisador voluntário de grupos de pesquisa e estudos em saúde na Universidade Federal da Paraíba - UFPB.

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