sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Entrevista com o Presidente do CREFITO 1 - Parte IV




Última parte da entrevista realizada com o presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 1ª Região.
Veja também a primeira, segunda e terceira parte dessa entrevista.

Espero que essa entrevista tenha correspondido às expectativas dos leitores e aguardo sugestões de entrevistados para que possamos dar continuidade a essa proposta.


GOSTARÍAMOS DE SABER COMO O SENHOR ENXERGA A FISIOTERAPIA HOJE, DEPOIS DE 42 ANOS DE REGULAMENTAÇÃO? HOUVE AVANÇOS?

Houve avanço sim. Houve tanto avanço que se você traçar um paralelo proporcional, do crescimento da Fisioterapia nesses 42 anos e o da Medicina desde 500 anos atrás, vamos ver que proporcionalmente a Fisioterapia e a Terapia ocupacional cresceram mais; daí a criação do PL 268 (ato médico) que ficou parado há 9 anos na Comissão de constituição e justiça, devido ao forte empenho dos Conselhos de saúde inclusive do COFFITO, e recentemente, no dia 29/09, em uma audiência pública nessa mesma comissão, tivemos uma vitória expressiva sobre a medicina. O problema é que esse crescimento foi quantitativo, o qualitativo ficou a quem, e está na hora de organizarmos e ordenarmos o quantitativo e darmos um start muito maior no crescimento qualitativo. Não é fácil, não vamos conseguir em 2 meses ou 2 anos, nós temos uma gestão de 4 anos e vamos ter dado uma contribuição, mas é importante e primordial, a conscientização do profissional, inclusive de forma política; hoje é considerado feio falar de política, feio é a politicagem que se faz por baixo dos panos por interesse de uma minoria....mas quando fazemos a política verdadeira pela maioria, daí iremos trabalhar a melhora da sociedade. É importante a consciência política do profissional e acadêmico  para que possamos formar quadros, porque é necessário e imprescindível a rotatividade de cabeças e líderes para pensar a Fisioterapia e a Terapia Ocupacional numa quantidade maior para que amanhã possamos ter  a condição de discutir  de igual para igual, inclusive qualitativamente. Tenho orgulho de ser fisioterapeuta e devo as minhas conquistas à minha profissão que é aquela que leva a melhor condição de ver a vida com dignidade; mas é importante que acima de tudo nós possamos dar, com consciência, a dignidade merecida para essa profissão.

É importante a publicação de trabalhos, empenho dos profissionais em associações, para fazer regulamentações como a que foi idealizada através de parcerias com especialidades como a ASSOBRAFIR (RDC 7 da Anvisa). Se não fosse a SOBRAFIR, que completou 25 anos neste ano, junto com seus profissionais, preocupados, não teríamos os frutos mostrando a importância do fisioterapeuta na UTI. Isso porque tivemos vários trabalhos na área e dessa forma, estamos otimizando o serviço e isso só foi comprovado pelo avanço qualitativo da ASSOBRAFIR, por exemplo, e temos isso nas outras áreas, precisamos divulgar. No mundo somos o que menos publicamos, costumo dizer que o maior inimigo da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional é o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional quando não conscientes da grande missão que eles têm.

PARA FINALIZAR, O SENHOR PODERIA DEIXAR UMA MENSAGEM PARA NOSSOS LEITORES ACADÊMICOS E FISIOTERAPEUTAS ASSIM COMO PARA A COMUNIDADE GERAL QUE ACOMPANHA NOSSO BLOG?

Costumo dizer que o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional são profissionais que tem uma grande missão aqui na Terra, através das mãos e da sua mente eles têm a possibilidade de transformar vidas. Somente aquele que dependeu da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional, pode ressaltar a grandeza dessas duas profissões, e nós, que exercemos essas profissões, em busca do vio metal, muitas e muitas vezes abrimos mão dessa grandeza e a vendemos de forma tão barata, tornando-a cada vez mais indigna. A mensagem que eu deixo é que estamos fazendo apenas 42 anos nesse ano, muitos já desistiram da profissão, no meu caso, tenho 13 anos e um sou eterno apaixonado pela minha profissão que é a Fisioterapia, e sou um grande admirador da Terapia Ocupacional; acredito que são profissões, e não é da boca pra fora, acredito que são grandes profissões do futuro; não precisamos de bisturi, agulhas ou drogas para promover a melhora. Nós tocamos com afeto, carinho, com dedicação e empenho; temos a oportunidade de criar novas possibilidade e oportunidade para os pacientes; para aqueles que estão em coma, não estão andando, que têm dificuldade de se estabelecer em um determinado local, no seu trabalho, no dia a dia, nas atividades de vida diária; aí está a importância do fisioterapeuta do terapeuta ocupacional.  É importante que nós possamos realmente enxergar a grandeza que temos e a enorme honra de trabalhar de forma digna, estudando, se qualificando, tornando-se competente para ofertar à sociedade uma Fisioterapia e Terapia Ocupacional de qualidade.

Enquanto Conselho o que nós podemos dizer é que durante o tempo que ficarmos na gestão, aquilo que pudermos promover para dar condições a essas duas profissões para crescer, nós faremos. Como qualquer ser humano, somos falhos, mas se todos nós nos unirmos para promover uma Fisioterapia e uma Terapia Ocupacional de qualidade nós vamos conseguir e vamos fazer diferente. É importante também arregaçarmos as mangas e fazermos um futuro diferente; somos detentores de um título que muita gente hoje queria, mas que poucos possuem, apesar da quantidade de cursos; muita gente queria e tantos possuem e não valorizam essas profissões que são dignas e importantes para qualquer cidadão.


Dr. Silano Souto Barros
Presidente do CREFITO 1

Luan César Simões
Fisioterapeuta

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João Pessoa, Paraíba, Brazil
Mestre em Fisioterapia pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE; Especialista em Fisioterapia Cardiorespiratoria; Graduado pelo Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ. Atualmente é professor universitário, foi fisioterapeuta do Centro de Reabilitação da cidade de Araruna - PB e é Delegado do Conselho de Fisioterapia e Terapia Ocupacional - Regional 1 na Paraíba. Trabalhou no Núcleo de Acolhida Especial do estado da Paraíba pela SEDH e foi pesquisador voluntário de grupos de pesquisa e estudos em saúde na Universidade Federal da Paraíba - UFPB.

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