terça-feira, 1 de novembro de 2011

Entrevista com o Presidente do CREFITO 1 - Parte II



Segunda parte da entrevista realizada com o presidente do Conselho de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, 1ª Região. 
Perdeu a primeira parte? Clique aqui e veja!


ANUALMENTE AUMENTA-SE A OFERTA DE PROFISSIONAIS DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL NO MERCADO DE TRABALHO DO BRASIL, MUITO DISSO SE DÁ PELA CRESCENTE ABERTURA DE NOVAS FACULDADES, MUITAS VEZES COM POUCA QUALIDADE NO ENSINO, SE TORNANDO MERAS “FÁBRICAS DE DIPLOMA”. O MEC CRIOU O ENAD COMO FERRAMENTA PARA ANALISAR E QUALIFICAR ESSAS INSTITUIÇÕES. HOJE EXISTE UM DEBATE NO MEIO ACADÊMICO VISANDO A CRIAÇÃO DE UMA NOVA FERRAMENTA ESTILO OAB PARA SELECIONAR OS “BONS E MAUS” PROFISSIONAIS DO MERCADO E CONSEQUENTEMENTE, LIMITAR A ABERTURA DE NOVAS IES. QUAL A OPINIÃO DO SENHOR À RESPEITO DO SISTEMA EDUCACIONAL ATUAL, LEVANDO-SE EM CONSIDERAÇÃO OS CURSOS DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL E A RELAÇÃO COM O MERCADO DE TRABALHO DESSAS PROFISSÕES?

Realmente houve no Brasil um aumento significativo de escolas de nível superior de Fisioterapia, enquanto que a Terapia ocupacional vem numa via contraria; há uma carência de T.Os, estamos em campanhas para abrir cursos na Universidades Federais.

A abertura de IES de Fisioterapia nunca passou pelos Conselhos, isso porque quem abre os novos cursos é o MEC. Entretanto, no ano passado, por aprovação de uma lei que entra em vigor neste ano, o MEC fará uma consulta ao Conselho Federal de cada profissão, mas será apenas uma consulta, mesmo o Conselho se colocando contra, o MEC poderá abrir. É importante que esse parecer, embora consultivo, seja trazido para o Conselho Regional, pois quem melhor sabe da condição e da necessidade local é o regional. Diante disso, pedimos que a Comissão de educação também crie uma oportunidade para que o Conselho regional se pronuncie sobre essa abertura, pois queremos participar dessa decisão.

Quanto à prova de proficiência que OAB possui, existe um projeto de lei que possibilita essa mesma iniciativa em outras profissões, mas as leis brasileiras não permitem essa prática; a OAB só possui porque na época a lei permitia. Porém nos temos outras formas de trabalhar a qualidade do profissional, uma delas é através do título de especialista; o sistema COFFITO/CREFITOs farão a prova em todo o Brasil, ao contrário de antigamente onde cada sociedade de especialistas aplicava a sua própria prova; aqui na PB será realizada em João Pessoa e Campina Grande. Essa prova amanhã será uma determinante na qualidade do ensino. Hoje a lei que regulamenta a presença do fisioterapeuta em UTI diz que toda equipe deverá ter um coordenador técnico e este deverá ser especialista em Fisioterapia Cardiorrespiratória. Importante lembrar que são muitos profissionais e temos que lutar para que abram mais postos de trabalho, só em PE serão necessários cerca 400 profissionais. Se tivermos outras áreas com essa obrigatoriedade do fisioterapeuta, nos teremos novas áreas de trabalho e o mercado irá suportar esse novo número. Fora isso, é importante que cada profissional se qualifique mais, pois se iniciou uma guerra proporcionada pelo MEC a partir da abertura de novas faculdades e o próprio mercado de trabalho irá excluir os profissionais sem qualidade e selecionar os mais preparados.

SOBRE OS VÁRIOS ABUSOS COMETIDOS NOS ÚLTIMOS TEMPOS PELOS PLANOS E CONVÊNIOS DE SAÚDE, MUITAS VEZES REPASSANDO VALORES IRRISÓRIOS PARA OS ATENDIMENTOS DOS PROFISSIONAIS. O QUE O CONSELHO PLANEJA FAZER PARA QUE ESSA SITUAÇÃO SEJA SANADA?

Primeiro, o Conselho não trabalha na regulamentação nem na negociação desses repasses, porém o CREFITO tem a função de estimular a abertura de entidades para a proteção e para uma oferta de profissão de qualidade. Vem acontecendo no Brasil inteiro a criação de Associações de empreendedores em Fisioterapia e essas entidades tem condições de discutir com os planos e convênios. Ao Conselho cabe sim a função de fazer cumprir a tabela de honorários, para isso, a Comissão de honorários está trabalhando para implementação da tabela nesse sentido, inclusive da Resolução 387 deste ano, fiscalizando o exercício da mesma e punindo os profissionais que estiverem praticando preço inferior. Estaremos juntos com as clínicas de Fisioterapia e Terapia Ocupacional e com os sindicatos e associações de empresários para que eles negociem e repassem os melhores salários aos seus profissionais.

MUITAS VEZES, PELA PRÓPRIA CONDIÇÃO IMPOSTA PELO MERCADO DE TRABALHO, ALGUNS FISIOTERAPEUTAS SE VEÊM NA OBRIGAÇÃO DE REALIZAREM UM ATENDIMENTO POR PRODUÇÃO E MUITAS VEZES ESSE ATENDIMENTO TORNA-SE DE POUCA QUALIDADE. SABEMOS É INVIÁVEL HAVER UMA FISCALIZAÇÃO EM TODOS OS SERVIÇOS DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL, MAS O SENHOR ENXERGA ALGUMA MANEIRA DE BARRAR ESSA QUEDA NA QUALIDADE DOS SERVIÇOS?

Realmente isso foi uma cascata, quando os planos de saúde começaram a pagar muito pouco, o empresário, dono de clínica, para se manter no mercado, começou a trocar a qualidade pela quantidade, e isso foi ruim para a Fisioterapia pois o tratamento deveria ser feito em escala, sem personalização fazendo com que o paciente saísse sem nenhuma melhora, por essa razão, hoje temos uma população que parte dela desacredita na Fisioterapia.

Nós temos que resgatar esse crédito da população pois acima de tudo temos uma profissão que se impõe, e sabemos que resolve o problema do paciente nas mais diversas áreas. Para isso temos feito um programa de resgate da auto-estima do profissional, sendo necessário que os sindicatos e associações também entrem nessa briga para buscar melhorar o piso salarial e os repasses dos planos de saúde para que o profissional possa ofertar um atendimento de qualidade. Se hoje tenho um fisioterapeuta que atende 35, 40 pacientes dentro do serviço, se ele tiver uma remuneração melhor ele vai poder fazer 6 ou 8 atendimentos naquele mesmo turno  possibilitando maior qualidade ao paciente, fazendo com que o objetivo primordial da Fisioterapia seja cumprido, que é a melhora de saúde e da oferta de saúde ao paciente; para isso é necessário toda uma campanha para a valorização  a começar por cada profissional. Aquele que se vende por uma sessão abaixo do valor ínfimo (salvo exceções prescritas no código de ética), ele não é digno da profissão que tem, ele é indigno de permanecer na Fisioterapia. Ele está prostituindo o mercado, este é o termo; e esse profissional com o tempo será esquecido do mercado. Ele tem que entender que o bem maior que está em sua mão é a vida do paciente e não pode ser tão barata assim.


CONTINUA

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Entrevista com o Presidente do CREFITO 1 - Parte I




A partir de hoje e durante essa semana estaremos disponibilizando trechos da entrevista do presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, 1ª Região.



O Dr. Silano Souto Mendes Barros é fisioterapeuta há 13 anos, formado pela UFPE, especialista em Fisioterapia em Terapia Intensiva pela Faculdade Redentor do Rio de Janeiro. Já durante a academia demonstrava interesse pelas questões políticas inerentes à Fisioterapia, sendo presidente do Diretório Acadêmico por quatro anos.
Atualmente trabalha na UTI do Hospital da Restauração do estado de Pernambuco, na UTI geral e na USAN (Unidade de Suporte Avançado da Neurocirurgia)
É tesoureiro da Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva (ASSOBRAFIR), regional Pernambuco.
É professor universitário da Faculdade Guararapes – Rede Laureate - nas disciplinas de física e biofísica, Fisioterapia cardiorrespiratória, Fisioterapia em UTI, bioestatística e PTS (Prática Terapêutica Supervisionada). Também é preceptor da UFPE e da faculdade ACES de Caruaru- PE.
Tomou posse como presidente do CREFITO 1  em 28 de Dezembro de 2010 para um mandato de quatro anos. 


A NOVA GESTÃO DO CONSELHO DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL DA 1ª REGIÃO, TOMOU POSSE NO INÍCIO DO ANO DE 2011. QUAIS BENEFÍCIOS OS SENHOR PODERIA CITAR ADVINDOS DESSA NOVA GESTÃO?


        Tínhamos uma chapa intitulada experiência e renovação composta por 18 pessoas, sendo 1/3 de profissionais que já faziam parte do Conselho e 2/3 renovada (profissionais que nunca participaram do Conselho). A idéia era provocar uma renovação no quadro do conselho, porém com um quantitativo para auxiliar nessa mudança. Podemos dizer que se trata de uma gestão de continuidade sem que isso seja sinônimo de repetição. O nosso ideal é continuar os ganhos, as conquistas e as vitórias, corrigindo os erros que aconteceram e acontecerão; assim minimizá-los para não comprometer o futuro da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional. 


  QUAIS SÃO AS SUAS PRIORIDADES A FRENTE DO CREFITO 1?

Entre as prioridades temos o DEFIS, que depois de muita luta e muitas conquistas chegamos a um contingente atual de 6 fiscais, sendo 4 fisioterapeutas e 2 terapeutas ocupacionais para 677 cidades nos 4 estados da jurisdição, representando 1 fiscal fisioterapeuta para cada estado da jurisdição, e 2 terapeutas ocupacionais, um para os estados de PE e AL e outro para o RN e PB. Para a fiscalização existia uma única viatura, e um único funcionário no departamento, além do mais, todos os processos eram feitos em papel.

Tínhamos em torno de 800 processos engavetados esperando pela comissão de ética ou a de sindicância. O DEFIS estava paralisado, porque fiscalizava, mas seu ato de fiscalização não tinha continuidade.

O primeiro passo foi criarmos metas, bem porque o DEFIS não tinha metas anuais de fiscalização. Isso fez com que a coordenação do departamento tivesse condições de criar uma logística de fiscalização, controlando assim os gastos.

Conquistamos junto ao COFFITO a liberação de três viaturas para a fiscalização, uma para cada estado; neste caso a de PE será substituída. Essas viaturas não foram dadas em comodato, como no passado, hoje as quatro pertencem ao CREFITO 1.

Criamos mutirões minimizando assim os processos em espera, hoje temos apenas cerca de 30 processos engavetados. Para a redução do tramite processual, estamos utilizando o sistema Incorp, no qual o fiscal lança o auto e o DEFIS operacionaliza e já vai diretamente para a comissão de ética, infelizmente não podemos diminuir mais por se tratar de um regimento federal, entretanto, estamos discutindo a diminuição do tempo de trâmite do processo junto ao COFFITO. Hoje um processo leva 1 ano e meio, mas pretendemos chegar entre 3 e 6 meses. A idéia é digitalizar, e tornar as comissões com condições de trabalhar de forma mais rápida. Inclusive, estamos trabalhando para que no final deste ano, contratemos mais fiscais para aumentar a capacidade de fiscalização. Sem o DEFIS o CREFITO não funciona!

Outra prioridade que temos é o desmembramento. A PB e o RN já comportam CREFITOS independentes e isso já foi criado na gestão federal passada, mas houveram problemas jurídicos que impediram de darmos prosseguimento ao ato.  Estamos nos esforçando em Brasília para que os conselhos da PB (CREFITO 14) e do RN (CREFITO 15) estejam implantados antes do fim da nossa gestão. Acontece que não é apenas desmembrar, devemos dá condições para os novos conselhos do ponto de vista estrutural, por isso já temos as viaturas. Na PB a nossa delegacia funcionava num empresarial e isso limitava um pouco os serviços, pois não tinha estacionamento, garagem, banheiro próprio, sem copa para servir cafezinho aos nossos profissionais, não tínhamos os setores para o DEFIS e registro; então não era possível se tornar sede. Por essa razão, tiramos daquele empresarial e hoje estamos sediados em uma casa que tem os cômodos bem definidos e adequados para a nossa atividade, inclusive com uma rua bem situada e com estacionamento. Além disso, dobramos os funcionários, um para o atendimento e outro para registro.

Quando um profissional chegava à delegacia para dá entrada numa inscrição definitiva, ele deixava o diploma e este iria para Recife, depois Brasília e voltava para Recife, para só posteriormente chegar a João Pessoa. Isso porque era necessário a assinatura do presidente do COFFITO e do CREFITO 1, por essa razão, criamos um selo com assinatura eletrônica feito por empresas coligadas com a casa da moeda, à prova de falsificação. Eles são colados no diploma sem existir a necessidade que o processo seja burocrático, indo direto pra Brasília e retornando para João Pessoa, Maceió ou Natal. Com essas iniciativas, daremos mais celeridade e viabilizamos o desmembramento dos estados.

O conselho se sente na obrigação de brigar em nível federal pela implantação da tabela de honorários (Resolução COFFITO 367 e 368). Como sabemos, existe um projeto que estabelece o piso salarial do fisioterapeuta, então, obrigatoriamente os sistemas COFFITO/CREFITOs, por meio das Comissões parlamentares se vêem na obrigação de lutar por essas questões. Também temos trabalhado com as secretarias de saúde estaduais para implementar essa tabela, fazendo com que a condições dos profissionais melhorem, pois sabemos que no Brasil não são boas.

Outra questão jurídica que nós estamos lutando é contra as 40h que algumas cidades do interior e muitas vezes o estado vem praticando. Isso é ilegal, bem porque temos uma lei que regulamenta que o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional. trabalhem, no máximo, 30 horas semanais em serviços publico de saúde. Até então o nosso departamento jurídico conseguiu 100% de vitória, estamos derrubando o serviço de 40h daí a importância da denúncia, é primordial que o profissional denuncie esse serviço público que infringe a lei para podermos derrubar na justiça.

Somos atuantes na fiscalização como um todo, inclusive na do exercício da profissão por leigos. Sobre estágios, estamos estudando e readequando a nova lei do MEC à nossa lei do estagio, porque é salutar darmos condições para que o acadêmico disponha de um estágio de qualidade. É importante também que a sociedade saiba quem o atende, se é por um profissional ou por alguém não instruindo, denunciando e conseqüentemente impedindo que muitos serviços utilizem aquele estudante como mão de obra barata e muitas vezes gratuita.

Junto com a nossa Comissão de Educação, estamos vendo a possibilidade desta em abordar as IES (Instituições de Ensino Superior) pelo menos duas vezes ao ano, de modo que possamos chegar ao estudante em três fases: na entrada, onde o conselho juntamente com a IES vai tentar mostrar e explicar o que é a Fisioterapia e a Terapia Ocupacional; depois na metade do curso, em contato com as disciplinas de ética e deotologia para começar a se familiarizar com as leis do estagio e o código de ética; e no terceiro momento quando o aluno está saindo da instituição e ingressando no mercado de trabalho para esclarecer o que é uma tributo, uma anuidade, quais obrigações, quais direitos e deveres do fisioterapeuta e do terapeuta ocupacional, o que é uma inscrição temporária e definitiva. Em geral, explicar como se dá a estrutura que rege a nossa profissão.

Nós temos processos éticos por inadimplência que estão parados. É interessante lembrar que quem define o valor da anuidade é o COFFITO, o qual leva em consideração a inadimplência, por essa razão, não achamos justo que devemos ter uma anuidade taxada por esse padrão. Esse Conselho tem procurado ser rígido e não vamos perdoar o profissional inadimplente, quanto a esse processo, estamos dando celeridade e vamos punir segundo o código de ética aqueles que se encontram nessa situação. Vamos correr atrás em Brasília para poder diminuir a anuidade assim que diminuir a inadimplência, em virtude disso, no início do ano fizemos uma reunião de planejamento estratégico para nortear os quatro anos de mandato com a participação de todas as Comissões, inclusive com as recentes criadas Comissão de Saúde Mental e Comissão de Saúde Funcional.

Criamos também a Comissão de Articulação, a qual irá tratar de fazer uma aproximação entre o CREFITO e o profissional, deixando mais curto esse caminho e com uma maior “intimidade” para que o profissional se sinta à vontade dentro do Conselho.

Nós criamos uma Assessoria jurídica com mais um advogado, bem porque antigamente havia mil profissionais na jurisdição e atualmente já temos dez mil, com isso o volume aumentou e apenas um profissional não dava conta para dar continuidade aos processos jurídicos.

Estamos tentando dá uma regularidade na Revista do Conselho que é trimestral, para que tenhamos anunciantes para manter o periódico; por outro lado, temos a necessidade da criação de uma Assessoria de comunicação, e estamos em processo de licitação junto ao COFFITO. Tudo isso para fazer com que a sociedade veja os resultados dos nosso atos, as novas resoluções, fiscalizações, dentre outros.


CONTINUA



Reeducação Postural Global (RPG) no tratamento de correções posturais



A coluna vertebral é composta por 33 vértebras, uma sobre a outra, com o objetivo de manter o próprio equilíbrio, suportar o peso do corpo, proporcionar mobilidade para atividades do dia-a-dia como se abaixar; virar para o lado, dentre outras funções importantes. Por sua vez, a coluna divide-se em região cervical contendo 7 vértebras; região torácica com 12 vértebras; região lombar contendo 5 vértebras; região sacral contendo 5 vértebras e por último a região do cóccix com 4 vértebras. Entre uma vértebra e outra existe a presença de discos gelatinosos que amortecem o impacto e ajudam na mobilidade da coluna (figuras abaixo). 




Quando visualizada de perfil, a coluna vertebral possui curvaturas fisiológicas divididas em hiperlordose cervical, hipercifose e hiperlordose lombar como mostra a figura abaixo.



Com o passar do tempo, fatores externos e internos podem levar ao aumento destas curvaturas gerando uma má postura, dores na ao longo da coluna ou ainda deformidades que comprometem a função do individuo. Por essa razão, a coluna merece uma manutenção satisfatória para proporcionar uma boa qualidade de vida. 

Nos dias atuais, é comum o aparecimento de dores musculares decorrentes do estresse cotidiano. Cada pessoa tem sua própria maneira de reagir a estas agressões, adotando determinados padrões para fugir da dor, que acarreta em alterações maléficas na estrutura do corpo, gerando má postura. Essas dores geralmente são localizadas na coluna e em diversas articulações do corpo favorecendo ao aparecimento de pontos de tensão, sobrecarregando a musculatura e proporcionando a sensação de fadiga e cansaço. 



A Reeducação Postural Global (RPG) foi desenvolvida pelo Dr. Philippe E. Souchard na França, no início dos anos 70. É um método que utiliza de contração isométrica e alongamento ativo, isto é, com a colaboração do paciente. Este método baseia-se na teoria do cadeias musculares que se caracteriza por uma ligação direta entre músculos estáticos através de estruturas chamadas de aponeurose. Isso significa dizer que, uma vez tensionado um determinado grupo muscular, essa tensão é transmitida por meio de aponeuroses para as outras cadeias musculares. O paciente é colocado em posturas que promovem alongamento global, reduzindo encurtamento muscular.


Todos os procedimentos feitos na sessão de RPG são sincronizados com um determinado tipo de respiração, mantendo uma relação entre respiração e postura, uma vez que o principal músculo da respiração (músculo diafragma) tem sua importância em muitos desvios. 

De modo geral, esse método é capaz de diminuir dores musculares em qualquer parte do corpo (principalmente aquelas decorrentes de patologias como hérnia de disco, artrose dentre outras), corrigir erros na postura, alongar, fortalecer e relaxar a musculatura reduzindo os níveis de estresse contribuindo para um condicionamento físico adequado e reduzindo a sensação de fadiga. Além disso, este método previne futuros problemas posturais e reumatológicos; melhora a respiração, e contribui para uma efetiva consciência corporal, causando bem-estar e melhora na qualidade de vida.


Abaixo seguem-se algumas indicações do método RPG : 

• Hiperlordose, 
• Hipercifose (corcunda)
• Escoliose;
• Hérnia de disco
• Desvios nos joelhos e nas articulações em geral,
• Artrose 
• Fibromialgia 
• Dores na cabeça 
• Lesões causadas pelo esporte, 
• Perda de tônus muscular, equilíbrio, flexibilidade e coordenação motora; 

Dr.Gerlane Santos Diniz CREFITO:3779-LTF 
Dr. Luciana Nunes CREFITO:3566-LTF 
Stúdio PilateSaúde: (83)8881-8565/8888-1516
E-mail:rpgsaude@hotmail.com



sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Doe para o TELETON 2011

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA ESCOLA: O FISIOTERAPEUTA E A EXPERIÊNCIA DO “DESAFIO SAÚDE”.





Luan César Ferreira Simões
Rafaela Gerbasi  Nóbrega
Renatta da Silva Farias



INTRODUÇÃO
            Assim como toda profissão que trabalha junto à comunidade, a fisioterapia também está enquadrada nessa abordagem, atuando nos três níveis de atenção à saúde. A atenção básica à saúde constitui o primeiro nível de atenção, de acordo com o modelo adotado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sendo esse o primeiro nível de atuação do fisioterapeuta junto aos escolares, englobando um conjunto de ações de caráter individual ou coletivo, que envolve a promoção da saúde e a prevenção de doenças. (BRASIL, 2007).
            Nesse contexto, o fisioterapeuta atuará através de ações preventivas englobando diversos enfoques na perspectiva de promover ações de saúde sob a óptica da cidadania. Desse modo, é pertinente na escola tratar de temas como educação sexual, redução do tabagismo, redução do sedentarismo, mudança nos hábitos alimentares, prevenção de acidentes domiciliares, primeiros socorros, tabagismo, dentre outros. (ÊLMOR, 2009).
A articulação da educação em saúde, com a promoção da saúde nas escolas, requer uma ação pedagógica associada a um movimento dinâmico. Trata-se de uma ação consciente e crítica, direcionada para a constituição de sujeitos sociais, movimentando-se em busca da construção de projetos de liberdade, de autonomia, de participação, enfim, projetos de vida saudável (BRASIL; LEONELLO, L’ABBATE, 2006).             
            Sob este aspecto, as ações de educação em saúde poderão contribuir para que o aluno apreenda as atitudes e habilidades que são articuladas às suas experiências vivenciadas no cotidiano, obtendo uma melhor qualidade de vida e que, uma vez beneficiado, propague seus conhecimentos para que outros da comunidade possam ser contemplados pela fisioterapia de forma indireta. (BRASIL, 2004; LEONELLO, L’ABBATE, 2006; BUSS, 2008).

 OBJETIVOS
            Relatar a experiência do “desafio Saúde” enquanto atividade didático-recreativa, objetivando criar um momento de discussão com os alunos sobre temas de relevância na saúde pública e estimulá-los a tomada de decisão diante das problemáticas.

METODOLOGIA
           Tratou-se de um relato de experiência vivenciado pelos acadêmicos do curso de fisioterapia por ocasião do projeto de extensão universitária intitulado “Educação e Promoção da Saúde no Âmbito Escolar: Uma experiência na Escola Estadual Pedro Lins Vieira de Melo”.
A iniciativa denominada “Desafio Saúde” envolveu uma atividade continuada, em forma de competição, entre as turmas do 6º ao 9º ano, realizada no período de março a junho de 2009 na escola, localizada no bairro de mangabeira, João Pessoa – PB.
Semanalmente, os líderes de cada turma recebiam o “desafio da saúde semanal”, que envolvia problemáticas referentes às formas de prevenção, cuidados e possíveis tratamentos da gripe H1N1 assim como da superlotação de hospitais decorrentes do medo que esta doença causou na população; abordou-se também as doenças decorrentes das enchentes que acometeram o nordeste, a gravidez na adolescência e suas repercussões negativas para a sociedade assim como para a jovem mãe.
Os problemas acompanhavam perguntas norteadoras para que os estudantes formulassem estratégias e soluções para os mesmos, sendo esses resultados apresentados, posteriormente, através de um mini-projeto, cuja exposição ficaria a cargo da criatividade das turmas durante a competição escolar organizada pelos acadêmicos do projeto.
As turmas foram incentivadas à competirem visando o aprendizado, o respeito e a iniciativa social. Cada turma pôde criar um ambiente em sua sala de aula e expor seus trabalhos da forma que julgasse conveniente. Os trabalhos foram avaliados pelos acadêmicos do projeto e ao final da competição os vencedores foram premiados e houve sorteio de brindes para os demais.

RESULTADOS
            Das dez turmas que compunham a escola, sete apresentaram propostas para as atividades sugeridas pelos facilitadores do projeto. As turmas tiveram a iniciativa de convidar profissionais das unidades de saúde do bairro os quais realizaram palestras e distribuíram materiais informativos para os alunos; além disso, algumas turmas também elaboraram coreografias, expuseram filmagens, realizaram dramatizações e apresentaram cartazes informativos sobre os temas abordados. Os problemas foram discutidos separadamente, em cada sala de aula, de acordo com a temática.
Durante o evento finalizou-se também uma campanha de arrecadação de alimentos a serem doados para uma comunidade carente do bairro. A maioria dos alunos participaram desta iniciativa mobilizando a comunidade para ajudar com alimentos não perecíveis.

DISCUSSÃO
            Aquelas equipes que cumpriram com a tarefa, surgiram com estratégias interessantes para as várias situações problematizadas, mostrando, na maioria das vezes, que buscaram informações sobre os temas propostos. Além disso, foram perceptíveis nos projetos as medidas preventivas e promotoras de saúde para a resolução dos problemas, cuja solução sempre reunia atitudes objetivas e simples, contidas na realidade da comunidade.
             Ressalta-se a criatividade dos alunos na organização e preparação das salas de aula que estavam caracterizadas de acordo com as temáticas a serem abordadas, estimulando o momento de aprendizado e discussão.

CONCLUSÃO
            A partir da experiência vivenciada na escola foi constatada a importância do fisioterapeuta na saúde do escolar que poderá lançar mão de estratégias didático-recreativas como o “desafio saúde” para criar na escola um cenário rico de discussão, na perspectiva de construir de forma coletiva, um ambiente onde o diálogo seja a base de uma vida saudável.

 REFERÊNCIAS

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. O SUS de A a Z, 2004. Disponível em: <http://dtr2004.saude.gov.br/susdeaz/topicos/topico_det.php?co_topico=289&letra=A>. Acesso em: 12/05/2008.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Sistema Nacional de Monitoramento da Saúde Escolar,..2007. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/svs/visualizar_texto.cfm?idtxt=21859>. Acesso em: 16/03/2008.

BUSS, P. M. Promoção da saúde e qualidade de vida. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_pdf&pid=S1413-81232000000100014&lng=en&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em 27/09/2008.

ELMÔR, M. R. D. Tabagismo sob a ótica da Promoção da Saúde: reflexão do professor sob sua prática. 2009. 193f. Tese (Doutorado em serviços de saúde pública) – Departamento de Prática de Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.

LEONELLO, V. M; L’ABBATE, S. Educação em Saúde na escola: uma abordagem do currículo e da percepção de alunos de graduação em Pedagogia. Interface - Comunic., Saúde, Educ., v.10, n.19, p.149-66, jan/jun.  2006




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João Pessoa, Paraíba, Brazil
Mestre em Fisioterapia pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE; Especialista em Fisioterapia Cardiorespiratoria; Graduado pelo Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ. Atualmente é professor universitário, foi fisioterapeuta do Centro de Reabilitação da cidade de Araruna - PB e é Delegado do Conselho de Fisioterapia e Terapia Ocupacional - Regional 1 na Paraíba. Trabalhou no Núcleo de Acolhida Especial do estado da Paraíba pela SEDH e foi pesquisador voluntário de grupos de pesquisa e estudos em saúde na Universidade Federal da Paraíba - UFPB.

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