sábado, 4 de junho de 2011

Aqui é proibido pular fogueira! A Fisioterapia na Reabilitação de Pacientes Queimados



As tradicionais festas juninas trazem consigo um problema muito comum, as queimaduras. Nesse período, as crianças na faixa etária de 9 a 12 anos são as principais vítimas. Isso porque, o uso inadequado dos fogos pode representar um perigo em decorrência das queimaduras. Estatisticamente, os casos de queimaduras provocadas por fogos de artifício e pela tradição de acender fogueiras, crescem no período junino.

Só para se ter uma idéia, em 2009 foram registrados 46 casos de queimaduras no Hospital Regional de Campina Grande - PB. Desse total, 22 foram provocados por queima de fogos de artifício ou outros motivos juninos, sendo 10 adultos e 11 crianças. Em 2008 a Unidade de Queimados registrou 40 admissões, sendo 17 provocados por fogos de artifício ou fogueiras juninas e outras festividades juninas. Em 2007 foram atendidas no mesmo período 55 pessoas com queimaduras, das quais 16 causadas por fogos e fogueiras. Em 2006, a unidade chegou a internar 45 pessoas, 17 delas vítimas de queimaduras por fogueira.

Introdução

Embora a morbidade e mortalidade de pacientes queimados tenham diminuído dramaticamente nos últimos anos, a epidemiologia das queimaduras permanece a mesma.  A maior incidência é no sexo masculino, podendo ocorrer em qualquer faixa etária, ocupação e situação econômica do paciente. Crianças de até seis anos são vitimas freqüentes de escaldamentos (líquidos quentes) e queimaduras por combustão, constituindo 60% dos casos de acidentes domésticos.
Queimaduras por escaldamento também é comum em idosos. As mulheres constituem 91% dos casos de tentativa de auto-extermínio com utilização de fogo. Queimaduras químicas são produzidas por diversas substancias, e são capazes de causar dano cutâneo ou no trato respiratório, seja por contato direto ou por inalação, esses pacientes compõem uma pequena porcentagem dos atendimentos em centros de queimados. As queimaduras elétricas embora de incidência pequena (5 a 10 %), correspondem a um dos tipos mais agressivos de lesão térmica e geralmente são vitimas de acidente de trabalho.

 Contudo, a queimadura é uma lesão em uma área do corpo provocada por alguma reação térmica, química ou elétrica capaz de produzir um calor excessivo que danifica os tecidos do corpo, podendo ser classificada da seguinte forma:

·         Queimadura de primeiro grau:
É mais superficial e caracteriza-se por deixar a pele avermelhada (hiperemiada) inchada (edemaciada), e extremamente dolorida. Uma exposição prolongada ao Sol pode desencadear este tipo de lesão.

·         Queimadura de segundo grau:
Caracteriza-se pelo aparecimento da bolha (flictena) que é a manifestação externa de um descolamento dermo-epidérmico. Tem uma profundidade intermediária.

·         Queimadura de terceiro grau:
Caracteriza-se pelo aparecimento de uma zona de morte tecidual (necrose). É a mais profunda e a mais grave.
O processo de reparação tecidual dependerá de vários fatores, como local, extensão e profundidade da lesão. A queimadura faz com que o individuo diminua o sistema imunológico além de causar repercussões sistêmicas, fazendo com que a cicatrização demore ainda mais tempo, principalmente em grandes queimados.
Recentes avanços médicos reduziram significativamente o número de mortes por lesões causadas por queimadura, e melhoram o prognóstico e a capacidade funcional dos pacientes que sobrevivem às lesões por queimadura. A taxa de sobrevivência prospera anualmente, graças a melhoria das técnicas clínicas, cirúrgicas e reabilitativas, e à contínua pesquisa sobre o tratamento e cuidados do paciente por lesões de queimaduras.
Uma razão importante para a melhora no prognóstico e sobrevivência de pacientes com queimaduras graves é a existência de centros especializados para atendimento de queimados.

A Pele

O maior órgão do corpo humano é a pele, compreendendo 15% do peso corporal. Ela é indispensável há vida humana, é a parte do organismo que recobre e protege a superfície do corpo, tem como função controlar a perda de água, regular a temperatura corporal e proteção contra atritos.
Forma uma barreira protetora contra a ação de agentes físicos, químicos ou bacterianos sobre os tecidos mais profundos. Contém órgãos especiais que costumam agrupar-se para detectar as diferentes sensações, como o sentido do tato, temperatura e dor. Desempenha um papel importante na manutenção da temperatura corporal, devido à ação das glândulas sudoríparas (do suor) e dos capilares sangüíneos (vasos).
         A pele é dividida em camadas sendo elas a epiderme a derme e hipoderme, existem ainda vários órgãos anexos como glândulas sudoríparas, sebáceas e folículos pilosos.
A epiderme é uma camada com profundidade diferente conforme a região do corpo. Áreas com maior atrito como palmas das mãos e pés têm uma camada mais grossa, e chegam a até 2 mm de espessura. Ela não possui vasos sanguíneos, os nutrientes e oxigênio chegam à epiderme por difusão a partir de vasos sanguíneos da derme.
A derme é um tecido conjuntivo de sustentação da epiderme. É constituído por fibrinas de colágeno e elastina com numerosos fibrócitos que fabricam estas proteínas e sustentam o tecido. É na derme que se localizam os vasos sanguíneos e linfáticos que vascularizam a epiderme e também os nervos e os órgãos sensoriais a eles associados.

Os órgãos sensoriais são:
Corpúsculo de Pacini - sensíveis à pressão; 
Corpúsculo de Meissner - com função de detecção de pressões de freqüência diferente;  
Corpúsculo de Krause -  sensíveis ao frio (pele glabra); 
Orgão de Ruffini - sensíveis ao calor;
Célula de Merkel -  sensíveis a tato e pressão; 
Folículo Piloso com terminações nervosas associadas;
Terminação nervosa livre com dendritos livres sensíveis à dor e temperatura.

A hipoderme é constituída por tecido adiposo que protege o organismo contra o frio. É um tecido conjuntivo frouxo (adiposo) que faz conexão entre a derme e o músculo. Tem a função de reservatório energético, isolante térmico, modela a superfície corporal, absorção de choque e fixação dos orgãos.

Comprometimentos Indiretos e Complicações das Queimaduras

Dependendo da extensão da lesão térmica, da profundidade e do tipo da queimadura, podem ocorrer complicações sistêmicas secundárias. Além disso, a saúde, a idade e os estado psicológico do paciente que foi queimado afetarão essas complicações.


·         Infecção
As infecções são as principais causas de mortalidade devido a queimaduras. Algumas sepas (conjuntos) virulentas de pseudômonas aeruginosas e Staphylococcus aureus são resistentes aos antibióticos e têm sido responsáveis por infecções epidêmicas em centros de queimaduras.

·         Complicações Pulmonares
Qualquer paciente que tenha sido queimado em um local fechado deve levantar a suspeita de ter uma lesão por inalação. Entre os pacientes com queimaduras, a incidência de inalação da fumaça pode ser acima de 33% e essa chega a 66% naqueles com queimaduras faciais. Vários estudos apontam essa relação em queimaduras graves e que a morte por pneumonia é atribuída à maioria das mortes após lesão térmica.
Os sinais de uma lesão por inalação incluem: - qualquer queimadura facial; - pêlos nasais chamuscados; - tosse áspera; - rouquidão; - sons respiratórios anormais; - dificuldade respiratória e - secreção carbonácea e/ou hipoxemia.
Para o diagnóstico da extensão da lesão por inalação, o procedimento mais útil é a broncoscopia.

·         Complicações Metabólicas
A lesão térmica traz um grande desafio metabólico e catabólico para o corpo. As conseqüências do aumento da atividade metabólica e catabólica após uma queimadura são a rápida diminuição no peso corporal, equilíbrio negativo do nitrogênio e uma diminuição nas reservas de energia que são vitais para o processo de cicatrização.
Como parte das alterações do metabolismo, o tecido muscular é usado preferencialmente como fonte de energia. Essa situação combinada aos efeitos do repouso no leito faz com que os músculos atrofiem e torna o indivíduo fraco devido tanto á queimadura quanto à hospitalização.

·         Função Cardíaca e Complicações Circulatórias
As alterações hemodinâmicas ocorrem quando há uma transferência de líquido para o interstício (espaço entre as células), que subseqüentemente reduz o volume do plasma e do líquido dentro dos vasos sanguíneos em paciente com queimadura. Após essas alterações, ocorre uma tremenda diminuição inicial do débito cardíaco, que pode atingir 15% dentro da primeira hora após a lesão.
Ocorrem também alterações hematológicas e circulatórias, as quis incluem alterações na concentração e função das plaquetas, fatores de coagulação e componentes dos leucócitos; disfunção das hemácias; e diminuições na hemoglobina e hematrócito. Essas alterações fisiológicas, associadas às alterações cardíacas e às lesões dos leitos vasculares, causam um impacto significativo nos esforços de ressuscitação e, se o paciente sobrevive, na rapidez que ele se recuperará. Além disso, os indivíduos se tornarão descompensados do ponto de vista da resistência física.

·         Neuropatia
A neuropatia periférica em queimados pode assumir duas formas: polineuropatia ou neuropatia local. A causa da polineuropatia é desconhecida. Felizmente, a maioria das neuropatias se resolve com o tempo.
As neuropatias locais podem ser causadas por diversos fatores, a maioria deles centrados em questões do próprio tratamento da queimadura, como bandagens compressivas muito apertadas, talas mal ajustadas ou posicionamento prolongado e inapropriado do paciente.

·         Cicatrizes patológicas
Cicatrizes de queimaduras ocorrem em áreas profundas e parcialmente espessas que apresentam cura espontânea e, em queimaduras de grande amplitude cuja região recebeu implante parcial de pele. As cicatrizes tornam-se patológicas quando se apresentam na forma de hipertrofia, encurtamento ou ambos. Essas formas são particulares e não podem ser definidas como sinônimos. O paciente pode apresentar uma cicatriz que não altera os movimentos ou uma banda de encurtamento que não está hipertrofiada; no entanto, ambas as condições podem existir simultaneamente.

Fisioterapia na Reabilitação de Pacientes Queimados

Até pouco tempo a fisioterapia só poderia iniciar sua abordagem terapêutica após a alta hospitalar. Hoje, apresenta grande alteração, iniciando já na fase aguda, portanto, a reabilitação de um paciente com queimaduras começa no momento que ele chega ao hospital e é um processo que sofre mudanças constantes, podendo ser modificado diariamente.
A fisioterapia sempre foi vista como uma terapia empregada em pessoas que apresentavam seqüelas. Na queimadura, ela exerce um papel preventivo, caso seja iniciada precocemente. Caso contrário, o paciente poderá desenvolver seqüelas, principalmente pela imobilização ou pela posição antálgica que exerce. Quanto mais precoce for iniciada a fisioterapia, melhores serão os resultados futuros.
A reabilitação física consiste na prevenção de contraturas nas cicatrizes, preservação da ADM normal, prevenção ou minimização de cicatriz hipertrófica e deformidade estética, manutenção ou melhora da força muscular e resistência física cardiovascular, retorno da função e desempenho nas atividades de vida diária (ADM).
A avaliação inicial de um paciente determinará quais áreas precisam ser tratadas primeiro. Controle e resolução de edema e preservação da ADM geralmente são as prioridades iniciais do tratamento fisioterapêutico. A elevação dos membros e o encorajamento do movimento ativo, principalmente das mãos e dos tornozelos, ajuda a minimizar a formação de edema. A prevenção de contraturas nas cicatrizes pode ser conseguida através do posicionamento, colocação de talas e exercícios. O exercício e a deambulação também ajudarão a minimizar os efeitos deletérios do repouso no leito. Após o fechamento da ferida, massagem e compressão ajudarão a minimizar a formação de contraturas e a lidar com as cicatrizes.
Temos de ter em mente que todo período será cercado de muita insegurança, incerteza e que um dos maiores obstáculos enfrentados pelo paciente é o medo da dor ou qualquer situação que possa precipitá-la. A dor contribui significativamente para uma resposta emocional que envolve ansiedade, depressão, agressão e regressão, complicando, e muitas vezes impedindo, a recuperação física e conseqüentemente acarretando seqüelas.
Torna-se necessário, ou melhor, imprescindível, que o profissional seja firme e constante em suas colocações, mas que consiga exercer um elo de confiança para que não ocorra ao paciente a associação de que sempre ao movimentar-se sentirá dor, levando-o a realizar o contrário do que queremos, que é movimentar-se ativa e constantemente. 
A proposta mais aceita hoje em dia é que se realize um programa Fisioterapia intensiva, ou seja, diariamente ou se possível duas vezes ao dia durante a internação e uma vez ao dia após alta hospitalar, ambulatorialmente ou domiciliar.
A grande preocupação na qual o fisioterapeuta deve se deter é no que diz respeito ao gasto metabólico que este paciente possa vir a ter com o excesso de exercício ou intensidade do mesmo. É de primordial importância o cumprimento de um programa fisioterapêutico bem distribuído, onde não sejam sobrecarregados nenhum membro, região ou órgão, pois sabemos que este paciente apresenta um processo de intenso catabolismo. A integração do fisioterapeuta com os demais profissionais, principalmente o médico e os da nutrição, que estão ligados ao processo alimentar, estará diretamente ligada ao sucesso ou insucesso do tratamento. 
É importante ressaltar que a recuperação do paciente queimado depende, acima de tudo, do seu desejo de superar suas limitações, de enfrentar seu sofrimento e, principalmente, da sua vontade de viver, pois é preciso acreditar que nada é superior à nossa própria vontade de vencer.

As deformidades mais comuns a serem evitadas são:

• Mão em garra.
• Flexão de punho.
• Alterações interfalangianas.
• Alterações metacarpofalangianas.
• Adução ou abdução do polegar.
• Flexão de cotovelo.
• Pronação de antebraço.
• Flexão com abdução de coxofemoral.
• Pé eqüino ou equinovarum.
• Flexão de cervical.
• Axilar com restrição para abdução e anteroversão de ombro.
• Contratura de boca, olhos ou nariz impedindo abertura ou fechamento normal. 

Diante do exposto, o trabalho dos profissionais especializados em queimadura, na tentativa de sua reabilitação, é difícil, estressante, árduo, mas gratificante. Ao vermos recuperado aquele paciente que adquiriu novamente sua autonomia, sua emancipação, temos a certeza que sempre valerá nos aprofundarmos nas pesquisas, nos estudos, para uma melhor qualidade de vida destas pessoas que tiveram sua integridade física, psíquica e social mutiladas. 

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Festa surpresa de aniversário!



Providenciei minha própria comemoração, espero que gostem!!


A hora da festa!

domingo, 29 de maio de 2011

Nota de agradecimento


Nesta semana fiquei muito feliz em ver a mobilização dos meus colegas de profissão, clientes e amigos em torno das matérias aqui postadas. É realmente muito gratificante ver nosso trabalho sendo reconhecido e elogiado por todos aqueles que nos visitam, principalmente quando comemoramos a marca de mais de 10 mil acessos em apenas três meses de Blog. 
Aproveito para reinterar que este blog é um meio para que as discussões e debates ultrapassem as barreiras físicas e geográficas, chegando nas mais diversas localidades com uma informação simples e objetiva, fazendo com que o profissional, cliente e/ou amigo saiba mais sobre a Fisioterapia e a saúde de maneira geral, interferindo de maneira importante nas medidas preventivas e promotoras de saúde.
Continue visitando nosso Blog; qualquer sugestão de matéria, crítica e/ou sugestão poderá ser enviada para o email >> luancesar_01@yahoo.com.br
Muito obrigado!

Atenciosamente,
Luan César Simões
Fisioterapeuta - 142222-F

terça-feira, 24 de maio de 2011

E aí doutor! Ei, espera aí, Fisioterapeuta é DR ou FT??

 Muito se fala a respeito do uso título nobre de doutor (Dr) pelos profissionais não médicos. Existe muita dúvida (e muita besteira) e pouca certeza (e objetividade nos fatos), se os próprios Fisioterapeutas não se aceitam como doutores e se autodenominam "FTs", o que os próprios pacientes (muitas vezes leigos) irão pensar? Não pesarão nada, pois está tudo de cabeça para baixo! 

Chega a ser absurdo a quantidade de fisioterapeutas que assinam o nome com tal abreviação, e o pior é que em muitas universidades essa prática também é corriqueira, ou seja, recém-formado ou não, o fisioterapeuta aprendeu erroneamente, diga-se de passagem a usar o bendito "FT" (FisioTerapeuta ???).

Se você é colega de profissão, não se diminua exportando abreviaturas não reconhecidas, como o FT. Assuma a postura e a responsabilidade que você suou para adquirir na universidade. E se for questionado a respeito aí vai o argumento:

A origem do termo doutor encontra-se na palavra latina doctor, que significa mestre ou professor, pertencente à família do verbo docere, cuja tradução é ensinar. Um doutor, considerando-se do ponto de vista estritamente etimológico da palavra, é aquele que ensina. Segundo os nossos atuais dicionários Aurélio, Houaiss e Michaelis, doutor, em suma, significa: aquele que cursou o doutorado; uma pessoa considerada muito culta, importante; todo o indivíduo formado em curso superior.

Segundo o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional - CREFITO, o fisioterapeuta deve usar e apresentar-se como Doutor na sua atuação profissional com respaldo legal para tal, considerando o princípio da isonomia, da tradição cultural de nosso país e da sua fundamentação científica profissional. Alguns fisioterapeutas brasileiros usam a abreviação Ft. (fisioterapeuta) transcrita dos fisioterapeutas portugueses e originada do molde PT (physiotherapeutic) dos norte-americanos ao invés de usar o título Dr. A abreviatura FT. não é oficial no Brasil, e portanto não é reconhecida pelos CREFITO's e COFFITO.

RESPALDO LEGAL PARA O USO DE DOUTOR PELO FISIOTERAPEUTA:
O PRESIENTE DO CONSELHO REGIONAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL DA 5ª REGIÃO – CREFITO-5
;
No uso de suas atribuições e competência prevista no inciso II, do art. 44, da Resolução COFFITO-6, tendo em vista o deliberado na Reunião de Diretoria, realizada em 23/10/2000, em consonância com a luta até então desenvolvida pelo Egrégio Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – COFFITO, e considerando:

1- A não existência do direito positivo brasileiro, consubstanciado na Lei n. 5.540 de 28.01.68, e no Decreto Lei n. 465 de 10.02.65, de preceitos legais disciplinando a concessão do título de Doutor;

2- Baseando-se em que o uso do título de Doutor tem por fundamento procedimento isonômico, sendo, em realidade, a confirmação da autoridade científica profissional perante o paciente;

3- Que o título de Doutor tem por fundamento praxe jurídica do direito consuetudinário, sendo de uso tradicionalmente aceito entre os profissionais de nível superior;

4- Que a praxe jurídica fundamentada nos costumes e tradições brasileiras, tão bem definidas nos dicionários pátrios, assegura a todos diplomados em curso de nível superior, o legítimo direito do uso do título de Doutor;

5- Que a não utilização do título de Doutor leva a sociedade e mais especificamente a clientela do profissional da área a que se destina assistência fisioterapêutica, pressupor uma inadmissível e inconcebível subalternidade, em se tratando de profissional de nível superior;

6- Que deve ser mantida isonomia entre os componentes da Equipe de Saúde e que o título de Doutor é um complemento, um “plus” na afirmação de um legítimo direito conquistado ao nível de aprofundamento em uma prática terapêutica com fundamentação científica;

7- A inexistência, na língua portuguesa e na legislação própria das expressões FT e TO, o que por lógico torna inadmissível a utilização de tais abreviaturas como identificação do profissional da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional, respectivamente;

8- Que expressões outras que não Fisioterapia, dificultam e não identificam de forma clara e objetiva o profissional da Fisioterapia;

DECIDE: Recomendar aos Fisioterapeutas que na sua atuação profissional usem o título de Doutor, por se tratar de um direito legítimo e incontestável. Outrossim, decide ainda, não reconhecer as abreviações FT como identificadora do profissional da Fisioterapia.
E utilizando o nobre colega Geraldo Barbosa do 14-F Fisioterapia como referência, concluo:

"À guisa de lembrete: "Agr.", traduz-se por Agricultura; "Biol.", significa Biologia; "Filos.", Filosofia; "Med.", Medicina; e assim por diante, sem que venha a significar uma profissão ou título que a qualifique. Não nos parece correto, na lingua portuguesa, abreviar nomes próprios de profissões; se estivermos enganados, os Filólogos nos censurem e/ou nos consertem.

A utilização da abreviatura do título de doutor (Dr.) - no sentido já mencionado, de designar quem simplesmente se diplomou em uma universidade - por Fisioterapeutas, remonta ao início dos anos 60 do século passado, sendo portanto anterior ao Decreto-Lei Nº 938/69, com a finalidade de caracterizar um profissional cuja prática está ancorada na fundamentação científica. Nada mais justo, para ressaltar a formação universitária daqueles que lutam pela isonomia com as demais categorias profissionais da área da saúde."

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Os Benefícios do Relaxamento



 Não há possibilidade falar sobre os benefícios do relaxamento sem citar as terríveis conseqüências e danos que o estresse provoca em nosso organismo, mente e corpo. Portanto, a atividade frenética do cérebro influencia o corpo todo, ativando nervos, hormônios, músculos, tecidos e órgãos. Cria-se um ciclo de autodesgaste, pois em estado de estresse, nervosismo e ansiedade, a freqüência de nossas ondas cerebrais tende a subir, e quanto mais altas, menor a acuidade dos sentidos, o que nos torna mais desatentos, desastrados e bloqueados.

 Vista pelo âmbito espiritual, a pessoa ansiosa, agitada, é um “prato perfeito” para os assediadores espirituais, que se aproveitam da nublação mental para garantir sua acoplagem e ganho de energia. E esse é só o início de um processo que torna a pessoa cada vez mais intranqüila. 
Existe em nosso corpo, no centro de nosso cérebro, o hipotálamo, um minúsculo órgão que é o centro de abastecimento de nossos pensamentos e emoções. Ele recebe pensamentos e emoções criados por nós, seja de forma consciente ou inconsciente. Quando nos encontramos em um estado de estresse, as substâncias que o hipotálamo libera e o sistema nervoso simpático fazem com que nosso sistema nervoso parassimpático sofra uma espécie de anestesia.
 O sistema nervoso parassimpático possui um ramo que é autônomo e, consequentemente, responsável por todo processo do nosso organismo, que funciona independentemente do controle consciente. Dessa maneira o simpático, que é o sistema de emergência acionado pelo estresse, passa a comandar nosso corpo e mente. A partir desse comando podemos observar os seguintes acontecimentos:

- Nossa freqüência cardíaca é acelerada
- Os vasos sanguíneos de nossa pele se contraem e assim provocam a diminuição do fluxo sanguíneo
- Os vasos sanguíneos se dilatam nos músculos esqueléticos - o corpo é preparado para reagir no impulso natural que possuímos, de luta ou fuga
- As secreções do aparelho digestivo diminuem ou param de ser produzidas - a saliva, os sucos gástricos, os pancreáticos e a bile
- Todas as saídas corporais se contraem
- As glândulas sudoríparas aumentam a secreção
- A supra renal libera adrenalina e corticóides
- A hipófise aumenta a secreção de alguns hormônios

 Se o estresse é passageiro, os sintomas são mais fracos e terminam logo após o acontecimento que o desencadeou. Mas, se é crônico, ou seja, se é oriundo de algum fato que se repete diariamente, os resultados podem ser devastadores.

 Quando a mente se acalma e a pessoa é capaz de desacelerar ou fazer cessar atividades mentais desnecessárias (fantasias, críticas, autopiedade, diálogo interno improdutivo), que preenchem a maior parte dos nossos dias, as células e tecidos do cérebro e do corpo podem repousar e recuperar-se, gastando menos e armazenando mais energia. O padrão de nossas energias se eleva, e os assediadores “caem fora”, pois as energias sutis não são percebidas pelas consciências mais densas e quanto melhor o padrão de nossos pensamentos e de nossos sentimentos melhores as companhias espirituais que atraímos. O relaxamento libera o cérebro para captar e reagir a um padrão mais sutil de energia, agindo, então, na promoção da nossa saúde. 
 Por meio do relaxamento, aprendemos a nos conhecer de modo mais completo, ouvindo-nos e respeitando-nos, e assim, liberamos a inteligência da mente e do corpo para aprender melhores meios de atingir nossos objetivos, aumentando em muito nossa qualidade de vida.
 A prática do relaxamento traz clareza mental, ampliação da memória, equilíbrio emocional, bom humor, saúde e aumento da auto-estima. Um bom relaxamento é um momento de encontro consigo, feito através do foco na respiração, no corpo e no estado mental.
 Ao ficarmos mais atentos a tudo, aumentamos nossa capacidade de usar a intuição e de decidir acertadamente. Intuir nada mais é do que enxergar melhor as coisas que acontecem lá fora, olhando para dentro.   

- Equilibra o metabolismo, a pressão arterial, o ritmo cardíaco e a freqüência respiratória.
- Regula os hormônios produzidos pelo corpo, gerando saúde e bem-estar.
- Proporciona descanso de seis a oito vezes maior que o sono, dando mais energia.
- Auxilia na superação do envelhecimento precoce, insônia, cansaço e ansiedade.
- Melhora a concentração, raciocínio, memória e clareza nos pensamentos.
- Desenvolve a criatividade, a percepção e a autoconfiança.
- Reduz stress, dores e tensões musculares.
 

 O relaxamento poderá trazer algumas sensações físicas em uma determinada parte do corpo ou no corpo inteiro, tais como: sensação de formigamento, de peso, de imobilização, de inchaço ou de que não se sente o corpo.



Luan César Ferreira Simões
Fisioterapeuta


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João Pessoa, Paraíba, Brazil
Mestre em Fisioterapia pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE; Especialista em Fisioterapia Cardiorespiratoria; Graduado pelo Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ. Atualmente é professor universitário, foi fisioterapeuta do Centro de Reabilitação da cidade de Araruna - PB e é Delegado do Conselho de Fisioterapia e Terapia Ocupacional - Regional 1 na Paraíba. Trabalhou no Núcleo de Acolhida Especial do estado da Paraíba pela SEDH e foi pesquisador voluntário de grupos de pesquisa e estudos em saúde na Universidade Federal da Paraíba - UFPB.

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