segunda-feira, 19 de março de 2012

Método Pilates: Uma breve fundamentação teórica



Há alguns anos atrás a expressão inglesa fitness era utilizada para definir atividades que desenvolviam corpos perfeitos, desempenho e aptidão física. Hoje, essa denominação ainda é utilizada, porém a expressão atual é Wellness ou, em português, qualidade de vida que engloba diversos fatores que trabalham em conjunto para o equilíbrio entre saúde mental e física do indivíduo proporcionando-lhe uma vida mais saudável.

Nesse contexto, o método Pilates encaixa-se perfeitamente, pois se trata de uma atividade física que utiliza um sistema de exercícios que adere condicionamento físico e mental promovendo o equilíbrio entre corpo, mente e espírito. O método, criado pelo autodidata alemão Joseph Humbert Pilates no inicio do século XX, utiliza-se de seis princípios básicos que tornam o método um grande diferencial em relação a outras atividades e no tratamento de afecções da coluna, como hérnia de disco e a lombalgia.

Os princípios são: 1. Centralização ou Power House (casa de força) que é composta por músculos do tronco que se localizam entre as cinturas escapular e pélvica como transverso do abdômen (TRa), abdominais, glúteos, assoalho pélvico (MAP), entre outros, de onde os movimentos devem se iniciar e fluir para as extremidades; 2. Concentração nos movimentos e músculos que o expressam de modo a estabelecer a conexão mente-músculo aumentando o recrutamento de unidades motoras; 3. Precisão aliada ao princípio anterior permite, ao máximo, o aproveitamento dos benefícios de cada exercício; 4. Controle une centralização e concentração resultando no controle total do movimento. Não foi a toa que Joseph inicialmente batizou seu método de contrologia; 5. Respiração, princípio essencial, inala-se profundamente pelo nariz expandindo a caixa torácica ântero-lateralmente e expira-se pela boca de forma forçada ao mesmo tempo em que se realiza uma contração abdominal; 6. Fluidez do movimento indica movimentos realizados de forma dinâmica sem intervalo e de forma harmoniosa exprimindo graça aos padrões de movimento.


Esses princípios devem ser seguidos durante a atividade junto a fundamentos básicos como olhar no horizonte, organização escapular, alinhamento axial da coluna vertebral e neutralização da coluna, ou seja, preservando suas curvaturas fisiológicas. Com relação ao número de repetições dos exercícios, são executados de forma lenta e com poucas repetições. No mínimo seis e no máximo doze, prezando assim pela qualidade dos exercícios e não pela quantidade. O próprio Joseph H. Pilates dizia “Poucos movimentos bem feitos realizados de forma correta e equilibrada valem por muitas horas de ginástica”.

 A respiração correta e a coluna lombar neutra são peças chave para a estabilização desse segmento da coluna. Quando se expira realizando uma contração abdominal o músculo transverso do abdômen é ativado. O assoalho pélvico potencializa sua contração e por ação coativadora ativa um importante músculo tônico estabilizador da coluna chamados multífidus (Mt) estabelecendo assim um circuito Tra - MAP - Mt proporcionando a estabilização do compartimento lombo-pélvico prevenindo lesões a coluna durante os exercícios.

Os benefícios da prática desta atividade são infindos, cada indivíduo possui particularidades diferentes e exalta benefícios afins. No geral são observados avanços no controle postural, estabilidade vertebral, concentração, equilíbrio, coordenação motora, consciência corporal, circulação e oxigenação sanguínea, alívio da tensão muscular, atenuação do estresse e ansiedade, e alívio de dores. Além disso, há melhora no desempenho sexual pelo fortalecimento dos MAP que são recrutados durante os exercícios. Tratando-se da musculatura fásica o principal objetivo do método não é alcançar grandes níveis de hipertrofia, mas sim estabelecer um equilíbrio neuromuscular onde a musculatura passa a ser forte, tonificada e flexível ao mesmo tempo.

No Brasil os profissionais que podem exercer o método são educadores físicos e fisioterapeutas sendo antes necessária a aprendizagem do método em cursos de formação para instrutores de Pilates. O fisioterapeuta passa a ter nas mãos um trunfo para associar os conhecimentos aprendidos na graduação ao método pilates objetivando a prevenção de patologias, manutenção da saúde e especialmente a reabilitação de diversas lesões. É possível adaptar o método para populações especiais com Parkinson, esclerose múltipla, fibromialgia, afecções na coluna e alterações posturais, pós - operatório de cirurgias no joellho, atletas, pacientes com câncer, gestantes, idosos, diabéticos, etc. transmitindo-os vantagens adicionais como, por exemplo, prevenção da osteoporose em idosos pelo aumento da densidade óssea, preparação para o parto através do fortalecimento da MAP e melhora nos níveis de glicose no sangue para os diabéticos.

O método pode ser praticado por todas as pessoas a partir dos sete anos de idade. Normalmente quem passa a fazer parte do universo do Pilates se apaixona e não quer mais abandoná-lo. Ainda, a diversidade dos exercícios praticados nos aparelhos, solo e com auxílio de acessórios como faixa elástica, bola, círculos e rolos não permitem que a prática entre na monotonia ao fazer o praticante deparar-se com algo novo a cada aula. Atualmente pesquisas científicas têm avançado nessa área para provar todos os benefícios mencionados anteriormente, mais ainda há muito a aprender e não faltam objetos de estudo para os profissionais que tem interesse em realizar pesquisas para aprimorar seus conhecimentos e contribuir com o meio científico.  


“Se aos 30 anos você está sem flexibilidade e fora de forma, você é um velho. Se aos 60 anos você está flexível e forte, você é um jovem”
 (Joseph H. Pilates)




















Supervisão de texto: 
Luan César Simões.






segunda-feira, 12 de março de 2012

Dengue, ai se eu te pego!



O que é a dengue?
A dengue é uma doença grave transmitida pelo mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. A doença é acometida de febre aguda que se caracteriza por um início repentino, permanecendo por 5 a 7 dias. 
O que se sente?
O doente apresenta dor de cabeça intensa, dores nas articulações e musculares, seguidas de erupções cutâneas 3 a 4 dias depois. Surge sob a forma de grandes epidemias, com grande número de casos.
Existe quantos tipos de dengue?
Existem quatro tipos diferentes de sorotipos do vírus do dengue, denominados dengue 1, 2, 3 e 4. Algumas manifestações do dengue são hemorrágicas, isto é, o paciente apresenta hemorragia severa e choque. Nestes casos, após um período de febre, o estado do paciente piora repentinamente, com sinais de insuficiência circulatória, apresentando pele manchada e fria, lábios azulados e, em casos graves, diminuição da pressão do pulso. Instala-se então uma síndrome de choque do dengue podendo levar o paciente ao óbito. Os casos de dengue hemorrágico ocorrem mais freqüentemente quando o paciente é acometido pela segunda vez da doença, mas com exposição a diferentes sorotipos da doença.
A dengue pode matar?

A dengue é responsável por cerca de 100 milhões de casos/ano e põe em risco uma população de cerca de 2,5 a 3 bilhões de pessoas. A doença apresenta taxa de mortalidade de 10% para pacientes hospitalizados e de 30% para pacientes não tratados. A dengue é endêmica de regiões tropicais como o sudeste asiático, sul do Pacífico, África Oriental, Caribe e América Latina.

Como ocorre a transmissão?


A sua transmissão ocorre pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti ou Aedes albopictus (ambos da família dos pernilongos) infectados com o vírus transmissor da doença. A transmissão nos mosquitos ocorre quando ele suga o sangue de uma pessoa já infectada com o vírus da dengue. Após um período de incubação, que inicia logo depois do contato do pernilongo com o vírus e dura entre 8 e 12 dias, o mosquito está apto a transmitir a doença.

Nos seres humanos, o vírus permanece em incubação durante um período que pode durar de 3 a 15 dias. Só após esta etapa, é que os sintomas da dengue podem ser percebidos.



Estamos protegidos contra a dengue?



Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil apresenta 48 cidades com risco de viver surto de dengue em 2012, com índices acima de 3,9% de infestação pelo mosquito Aedes aegypti. Dentre os municípios em risco, estão as capitais: Rio Branco (AC), Porto Velho (RO) e Cuiabá (MT). As capitais em situação de alerta são Salvador (BA), Recife (PE), Belém (PA), São Luis (MA) e Aracajú (SE).

Veja abaixo o mapa do Ministério da Saúde sobre o risco de dengue para o ano de 2012:



Como posso saber se estou infectado?


Para comprovar a infecção com o vírus da dengue, é necessário fazer a sorologia, que é um exame que detecta a presença de anticorpos contra o vírus do dengue. A doença é detectada a partir do quarto dia de infecção.



É possível prevenir a dengue? Como?

A ação mais simples para prevenção da dengue é evitar o nascimento do mosquito, já que não existem vacinas ou medicamentos que combatam a contaminação. Para isso, é preciso eliminar os lugares que eles escolhem para a reprodução.

A regra básica é não deixar a água, principalmente limpa, parada em qualquer tipo de recipiente.

Como a proliferação do mosquito da dengue é rápida, além das iniciativas governamentais, é importantíssimo que a população também colabore para interromper o ciclo de transmissão e contaminação. Para se ter uma ideia, em 45 dias de vida, um único mosquito pode contaminar até 300 pessoas.





Como eliminar de vez o mosquito da dengue?


Pesquisadoras da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de São José do Rio Preto (SP) descobriram que a cafeína é fatal para o desenvolvimento da larva do Aedes aegypti. No estudo, elas verificaram que quanto maior a concentração de cafeína na água parada contida em vasos, ralos e plantas, menor o tempo de vida das larvas. De acordo com as cientistas, foi  registrada uma taxa de mortalidade de 100%. Nenhuma das larvas conseguiu chegar ao último estágio de desenvolvimento.

Resultados semelhantes foram obtidos com a borra de café. Em laboratório, quatro colheres de sopa de borra de café bloquearam o desenvolvimento de larvas mergulhadas no equivalente a um copo de água.

Em situações de epidemia de dengue, o método de combate mais usado contra a reprodução do mosquito é a aplicação de inseticidas, mas a maioria desses produtos é tóxica. Além disso, com o tempo, os mosquitos podem adquirir resistência a essas substâncias. A borra de café funciona como um inseticida natural e não faz mal para seres humanos, animais e plantas.



Olha só o recado do pessoal de Salvador, vamos fazer o mesmo!




Todos juntos poderemos vencer a dengue!





quarta-feira, 7 de março de 2012

Projeto do Ato Médico é aprovado na Comissão de Constituição e Justiça. Qual a sua opinião?




Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, em 08 de fevereiro de 2012, o projeto do Ato Médico, que regulamenta o exercício da Medicina e institui as atividades que são privativas dos médicos. A matéria, em discussão desde 2002 no Congresso, ainda seguirá para a Comissão de Educação e Assuntos Sociais, voltando depois para o Senado, antes de ir à sanção da Presidente Dilma Rousseff.


Por um lado, o Ato Médico vem regulamentar uma antiga reivindicação da categoria, delimitando legalmente o campo de atuação do médico. Por outro, colocava em risco o campo de atuação de outros profissionais da área da saúde. 
Após intenso debate durante a sessão, em um plenário lotado, foi aprovado sem modificações o texto do relator Antonio Carlos Valadares (PSB-SE). Mas Valadares cedeu em alguns pontos para aprovar a matéria integralmente. O relator, por exemplo, retirou do médico a exclusividade para realizar diagnósticos e exames que já são feitos atualmente por farmacêuticos, fonoaudiólogos e fisioterapeutas.
O Projeto de Lei do Senado n. 268 de 2002 estabelece no artigo 4º as seguintes atividades como privativas dos médicos:


I – formulação do diagnóstico nosológico e respectiva prescrição terapêutica;

II – indicação e execução da intervenção cirúrgica e prescrição dos cuidados médicos pré e pós-operatórios;

III – indicação da execução e execução de procedimentos invasivos, sejam diagnósticos, sejam terapêuticos, sejam estéticos, incluindo os acessos vasculares profundos, as biópsias e as endoscopias;

IV – intubação traqueal;

V – coordenação da estratégia ventilatória inicial para a ventilação mecânica invasiva, bem como as mudanças necessárias diante das intercorrências clínicas, e do programa de interrupção da ventilação mecânica invasiva, incluindo a desintubação traqueal;

VI – execução de sedação profunda, bloqueios anestésicos e anestesia geral;

VII – emissão de laudo dos exames endoscópicos e de imagem, dos procedimentos diagnósticos invasivos e dos exames anatomopatológicos;

VIII – indicação do uso de órteses e próteses, exceto as órteses de uso temporário;

IX – prescrição de órteses e próteses oftalmológicas;

X – determinação do prognóstico relativo ao diagnóstico nosológico;

XI – indicação de internação e alta médica nos serviços de atenção à saúde;

XII – realização de perícia médica e exames médico-legais, excetuados os exames laboratoriais de análises clínicas, toxicológicas, genéticas e de biologia molecular;

XIII – atestação médica de condições de saúde, doenças e possíveis sequelas;

XIV – atestação do óbito, exceto em casos de morte natural em localidade em que não haja médico.

Ainda, o artigo 5º estabelece outros serviços privativos dos médicos:

I – direção e chefia de serviços médicos;

II – perícia e auditoria médicas, coordenação e supervisão vinculadas, de forma imediata e direta, às atividades privativas de médico;

III – ensino de disciplinas especificamente médicas;

IV – coordenação dos cursos de graduação em Medicina, dos programas de residência médica e dos cursos de pós-graduação específicos para médicos.



Fonte: Instituto Salus
            Agência Estado


O infoFisio gostaria de saber a sua opinião sobre a polêmica PL do ato médico. Deixe seu comentário abaixo.

Atenciosamente, 

Luan César Simões.
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João Pessoa, Paraíba, Brazil
Mestre em Fisioterapia pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE; Especialista em Fisioterapia Cardiorespiratoria; Graduado pelo Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ. Atualmente é professor universitário, foi fisioterapeuta do Centro de Reabilitação da cidade de Araruna - PB e é Delegado do Conselho de Fisioterapia e Terapia Ocupacional - Regional 1 na Paraíba. Trabalhou no Núcleo de Acolhida Especial do estado da Paraíba pela SEDH e foi pesquisador voluntário de grupos de pesquisa e estudos em saúde na Universidade Federal da Paraíba - UFPB.

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