Para saber como anda a saúde pública em nosso país, não é preciso fazer pesquisa na internet não. Entre em um posto de saúde (USB) e repare na maneira como é atendido, nas salas de espera, no estado de conservação e limpeza dos ambientes, na demora para conseguir ser consultado, no diagnóstico médico e na disposição de remédios gratuitos, que nem sempre os serviços públicos possuem em seu estoque.
domingo, 22 de abril de 2012
sábado, 21 de abril de 2012
Mobiliza-te profissional de saúde!!
"Enquanto não lutarmos pelos nossos direitos, direito não teremos, pois seremos um bando de perdidos em busca de uma solução tardia que não mais nos será de direito"
Luan César simões
Fisioterapeuta
sábado, 14 de abril de 2012
terça-feira, 3 de abril de 2012
Fisioterapeuta consciente para um futuro descente!
O blog InfoFisio formulou uma enquete para saber a opinião dos fisioterapeutas sobre a Resolução 387/2011, que fixa os parâmetros assistenciais fisioterapêuticos, isto é, dispõe sobre o número máximo de atendimentos por turno de trabalho nas diversas especialidades da Fisioterapia.
No resultado, impressionou-me o percentual de 47% dos votantes, praticamente a metade, não conhecerem, ou seja, não saberem do que trata a citada Resolução.
Esse número expressivo de fisioterapeutas ou acadêmicos de cursos de Fisioterapia que não tem conhecimento de normatização da assistência fisioterapêutica aponta uma cruel realidade de apatia profissional que circunda a nossa prática, de forma mais específica, da realidade do nosso Estado. Na Paraíba, é inquestionável o crescimento do número de profissionais na última década. Dispomos de mais de dez instituições de formação em Fisioterapia. Atuamos nas diversas aéreas e ocupamos variados espaços terapêuticos. O nosso trabalho é extremamente reconhecido pelos nossos usuários, bem como pelos demais profissionais da equipe multidisciplinar em saúde.
No entanto, nesse cenário profissionalmente próspero, o fisioterapeuta não conhece as bases legais de sua profissão, não reconhece os avanços normativos dos últimos anos, pior, nem os conhece.
Entendo que o mercado de trabalho é individualista e desagregador, mas percebo que conosco o individualismo e a desagregação já estão presentes na formação acadêmica. Formamos técnicos capazes, competentes e preparados para ocupar o seu espaço no mercado de trabalho, mas não formamos, em grande número, fisioterapeutas fortalecedores da Fisioterapia.
O que há conosco? Por que é tão difícil reconhecer a nossa identidade enquanto trabalhadores em saúde?
Vivemos um tempo em que não se reconhece a necessidade e a importância do fortalecimento das representações profissionais. Experimentamos a crítica não-construtiva e a concorrência desagregadora. Entendo que o momento é de resgate e agregação, de uma energia inovadora que nos impulsione não apenas para frente, mas também para cima.
Que sejamos uma profissão reconhecida pela força e compromisso dos nossos fisioterapeutas com e para a Fisioterapia.
Iara Lucena
Conselheira do Crefito1 na Paraíba
domingo, 25 de março de 2012
A Síndrome de Down e o pré conceito: De Kalil em Kalil um dia a gente aprende
Há
algumas semanas me deparei com a seguinte notícia em todos os jornais, sites e
redes sociais “Jovem Portador de Síndrome
de Down é Aprovado no Vestibular da Universidade Federal de Goiás” e fiquei
pensando se tal notícia seria uma maneira apenas de informar à população sobre
a capacidade dos portadores de Down ou se uma forma de demonstrar o nível de
desconhecimento (e surpresa) e até de preconceito da população em geral sobre
os portadores desta síndrome.
O primeiro passo para reverter a
atual situação seria informar às pessoas sobre o que é a Síndrome de Down (SD).
Todos nós temos em nosso DNA, pares de componentes genéticos chamados de cromossomos
numerados de 1 a 23, os quais possuem as nossas características físicas,
intelectuais e etc. De maneira simples podemos dizer que a SD é gerada devido a
um erro genético produzido pela presença de um cromossomo de número 21 a mais,
ou seja, em vez de termos um par cromossômico, temos uma trissomia. Esse
distúrbio ocorre, em média, em 1 a cada 800 nascimentos, não distingue raça,
cor ou classe social e tem maiores chances de ocorrer em mulheres que
engravidam quando estão mais velhas.
Os olhos amendoados, a face
achatada, o pescoço curto, os dedos das mãos menores e o maior relaxamento
muscular são características comuns. A possibilidade de ter doenças associadas
– como problemas cardíacos e respiratórios, alterações auditivas, de visão e
ortopédicas – também está presente nesses indivíduos.
A síndrome de Down é diagnosticada
logo após o nascimento pelo pediatra que analisa as características físicas
comuns à síndrome, entretanto, a SD pode ser diagnosticada ainda durante a
gestação por meio do exame genético, realizado por um especialista. Não existem
graus da Síndrome de Down, porém o ambiente familiar, a educação e a cultura em
que a criança está inserida influenciam muito no seu desenvolvimento, ampliando
as possibilidades dessa criança evoluir sem grandes dificuldades.
Os portadores da Síndrome de Down
apresentam sim um atraso no seu desenvolvimento motor e pode apresentar déficit
cognitivo de leve a moderado, porém, o que poucos sabem é que essas alterações
não impedem eles de terem uma vida normal. Sim, as crianças com Down podem e
devem freqüentar escolas regulares; os adolescentes podem ter uma vida social
normal e os adultos podem estudar, trabalhar e casar-se, por exemplo.
O Kalil Assis Tavares é um jovem de 21 anos e
mostrou ao Brasil e ao mundo a potencialidade dos portadores da Síndrome de
Down. Assim como qualquer pessoa “normal” que teve oportunidade de ter uma
educação digna, ele foi capaz de ser aprovado no vestibular de uma universidade
federal.
O que me chama a atenção nessa
história não é o fato dele ter alcançado o objetivo de muitos jovens brasileiros
que se esforçam e buscam uma vaga numa universidade pública, mas sim o desconhecimento
das pessoas e que em pleno século XXI ainda é possível perceber o preconceito
da maioria delas diante do diferente, do desconhecido. As pessoas julgam sem
conhecimento, investem em um “achismo” baseado no nada, ou fundamentado no
arcaico entendimento anterior ao século XIX, quando pais e professores não acreditavam na possibilidade da alfabetização e
esses portadores de SD eram rotulados como doentes e, portanto, excluídas do
convívio social.
A Síndrome de Down não pode continuar
sendo interpretada como retardo mental, apesar dos portadores apresentarem um
déficit cognitivo variável, isso não os impede de ter uma vida totalmente
normal. Mas o que é normal? O normal é uma designação inespecífica, subjetiva e
altamente sujeita ao erro, principalmente quando interpretada por pessoas
equivocadas ou extremamente preconceituosas. Não se pode admitir discriminar,
admite-se incluir. Os portadores da Síndrome de Down precisam sentir-se
acolhidos socialmente, não como pessoas “especiais”, mas como cidadãos inteligentes,
dignos, politicamente ativos e críticos, envolvidos numa sociedade banalizada e
pronta para indevidas rotulações e ausente no seu papel de sociedade acolhedora.
Sim, os portadores da Síndrome de Down são especiais, não por nada, mas por
representarem uma luta constante contra o preconceito e a injustiça!
Supervisão de texto:
Luan César Simões
Assinar:
Postagens (Atom)