Quantas vezes você já estacionou numa vaga para deficientes físicos ou já viu alguém parar na frente de uma rampa de acesso? Agora me diga se você já se viu impossibilitado de ir a algum lugar porque não tinha transporte adequado ou porque o caminho até este local está impróprio para o seu deslocamento? Essa é uma reflexão simples quando algo não nos atinge e quando nos colocamos na pele daquele que sofre com o tal problema. Hoje falo de acessibilidade.
Acessibilidade significa não apenas permitir que pessoas com deficiências ou mobilidade reduzida participem de atividades que incluem o uso de produtos, serviços e informações, mas a inclusão e extensão do uso destes por todas as parcelas presentes em uma determinada população.
Não é difícil de se deparar com as situações citadas acima, bem porque, segundo o senso de 2000, no Brasil temos 24,5 milhões de pessoas, ou 14,5% da população total sendo portadora de alguma deficiência física. Esses dados não consideram aqueles que experimentam a deficiência temporariamente como gestantes, obesos, dentre outros (imagine se contabilizássemos).
Será que as cidades brasileiras estão prontas para "acolher" essa demanda de pessoas que necessitam de uma infraestrutura específica? Será que nós estamos prontos para dividir os espaços e fazer valer a acessibilidade? Muito se tem evoluído, tem-se feito bastante, mas muito ainda depende de uma ordem judicial para que se faça cumprir as leis.
O Ministério da Saúde lançou em 2002 a Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência objetivando proteger a saúde da pessoa com deficiência; reabilitar a pessoa com deficiência na sua capacidade funcional e desempenho humano, contribuindo para a sua inclusão em todas as esferas da vida social; e prevenir agravos que determinem o aparecimento de deficiências. Se não fosse as ONGs e demais instituições, não sei o que seria daqueles que necessitassem do governo para obter a sua recuperação e consequente qualidade de vida.
A acessibilidade deve ser muito além do que o acesso físico; acessibilidade deve nascer dentro de cada um, visando ao apoio e auxílio para aqueles que necessitam. Quem sabe um dia haverei de reconhecer que meu país seja digno o bastante para tratar seus filhos igualitariamente, sem restringir, sem impossibilitar e sem excluir. Quero viver para ver o dia que entenderemos o sentido real da palavra igual, independente de cor, raça e condição física. Um dia teremos acesso livre ao que é nosso por direito, um dia seremos filhos do mesmo Brasil!
Primeiramente
gostaria de agradecer a oportunidade dada pelo Dr Luan César Simões, pelo fato
de expor mais sobre uma das especialidades da Fisioterapia que é a Hospitalar,
e pelo espaço dado aos profissionais para expor suas experiências, servir de
roteiro para profissionais e estudantes ou até mesmo para aqueles que pretendem seguir esta
área e contribuir de forma grandiosa para o crescimento da Fisioterapia.
Vários
avanços tecnológicos na área da saúde e o aumento na expectativa de vida da
população acabaram refletindo em maior sobrevida dos indivíduos
hospitalizados, sendo assim indispensável a atuação do Fisioterapeuta no cotidiano.
Atualmente
contamos com inúmeras áreas onde o profissional pode atuar no ramo da
Fisioterapia. São grandes as instituições que as oferecem. Durante o período da
faculdade, sempre gostei, de uma maneira geral, do ambiente hospitalar e das
matérias especificas que havia na grade curricular. Após o término da
faculdade, decidi então me especializar em Fisioterapia Hospitalar, tendo como
professores grandes nomes da Fisioterapia, servindo de plena concretização para
a minha escolha nesta área.
A especialização em Fisioterapia Hospitalar surgiu em
1996 de uma necessidade de haver um profissional que atuasse de uma forma
generalista abordando os pacientes em diversas especialidades. Isto veio a se
fortalecer com o advento do conceito de restituir a funcionalidade ao paciente
de maneira cada vez mais precoce, anulando os efeitos deletérios da internação,
promovendo condições, fatores ideais e qualidade para uma reabilitação fora do
ambiente hospitalar, vindo a ser firmado com grande destaque dentro do ambiente
hospitalar. O profissional atuante nesta área precisa estar em constante
renovação, avaliando o paciente a cada atendimento de maneira global, quebrando assim paradigmas históricos. O conhecimento sobre
técnicas básicas de cirurgia se torna fundamental para o atendimento do
paciente. Outro item importante nesta área é no que se refere as orientações
dadas aos pacientes, tendo em vista que o Fisioterapeuta é o primeiro
profissional a ter contato com o mesmo, sendo da mesma maneira importante e recomendável, a continuidade do atendimento fisioterapêutico além do espaço hospitalar.
Esta
especialidade tem por objetivo formar profissionais especialistas com
capacidade crítica, preparados para promover ações baseadas em evidências
científicas em favor do bem-estar do paciente em ambiente hospitalar, exercendo sobre
tudo a INTERDISCIPLINARIDADE e MULTIDISCIPLINARIDADE no ambiente hospitalar,
promovendo o bem estar e a qualidade do atendimento ao paciente, nosso
principal objetivo.
Atualmente ela é oferecida em várias instituições de renome;
em moldes de pós graduação e residências. Entre as disciplinas mais estudadas
nesta especialização estão: Pneumo-funcional, cardio-respiratória, neuro-funcional,
ortopedia, farmacologia, exames complementares, saúde da mulher, gerontologia,
unidades de terapia intensiva (cardiologia, neonatal, pediátrica e adulta).
Apesar de ainda não ser uma especialidade reconhecida pelo COFFITO, atualmente
contamos com a Sociedade de Fisioterapia Hospital, criada sem fins lucrativos ,
principalmente educativa e instrutiva para a divulgação e valorização
desta especialidade e da Fisioterapia como um todo.
Nossa
luta é levar ao conhecimento de diversos profissionais esta especialidade e
desmistificar que o especialista desta área trabalha somente com
cardiorrespiratória, o que é erroneamente relatado. Atualmente com quase 3 mil
membros entre especialistas e profissionais atuantes neste ambiente; com parcerias fortes, estamos cada vez mais nos fortalecendo. A Sociedade de
Fisioterapia Hospitalar espera que um dia esta especialidade venha a ser
reconhecida, bem porque a Fisioterapia Hospitalar vem mostrando importância e efetividade, promovendo
qualidade de vida entre os pacientes hospitalizados.
Me coloco a disposição para eventuais dúvidas
que possa a vir a ocorrer, e gostaria de deixar o site da Sociedade de
Fisioterapia Hospitalar para que conheça um pouco sobre o nosso trabalho!
O constante crescimento do número de fisioterapeutas fez com que esta classe se aprimorasse cada vez mais. Esse refinamento contínuo fez desses profissionais seres mais capacitados e mais humanos. Hoje, eles vão além das salas de reabilitação física, e começam a ganhar espaço nas Unidades de Terapia Intensiva e Centros de Reabilitação Pulmonar.
Mas ainda são poucos os fisioterapeutas que conseguem com que pacientes de doenças graves voltem à vida normal. Esses “Anjos de UTI” são fisioterapeutas especializados em Fisioterapia Cardiorrespiratória.
Para entender um pouco mais dessa especialidade, conversamos com Dr. Luan César Simões , fisioterapeuta especializado em Fisioterapia Cardiovascular. Confira!
PBsaúde - Em que consiste a fisioterapia cardiorrespiratória?
Como o próprio nome já nos demonstra, esta especialidade da Fisioterapia relaciona-se com o sistema respiratório e cardíaco, e utiliza estratégias, meios e técnicas visando não somente o tratamento para as diversas patologias que envolvem esses sistemas, mas também para a avaliação e prevenção das mesmas. Em suma, podemos afirmar que esta especialidade tem como objetivo otimizar o transporte e oferta de oxigênio, buscando prevenir, reverter e/ou minimizar disfunções aos órgãos-alvo, promovendo assim a máxima funcionalidade e a qualidade de vida dos pacientes.
PBsaúde - Esse tipo de fisioterapia está atrelada somente à hospitais?
Não, a Fisioterapia Cardiorrespiratória atua não apenas em hospitais, mas também no nível ambulatorial, como no caso das clínicas e consultórios, assim como no domicílio do paciente, principalmente daqueles mais críticos, que muitas vezes necessitam de um acompanhamento constante de uma equipe multidisciplinar para a manutenção da sua ventilação pulmonar.
PBsaúde - Muitos pacientes internados em UTI se submetem à fisioterapia cardiorrespiratória. como é feita a avaliação do paciente?
A avaliação fisioterápica é padronizada de maneira a contemplar os diversos sistemas daquele indivíduo, seja neurológico, cutâneo ou osteomioarticular, por exemplo, isso porque muitas das consequências cardiorrespiratórias podem ser advindas de outras causas e/ou sistemas, por essa razão, se faz extremamente necessário que o profissional fisioterapeuta, realize uma avaliação sistêmica do indivíduo. Do ponto de vista cardiorrespiratório, a avaliação se deterá aos vários aspectos referentes àqueles sistemas, a começar pelas informações contidas nos monitores, como as freqüências cardíaca e respiratória, saturação de oxigênio, pressão arterial e eletrocardiograma; depois desses aspectos dar-se-á prosseguimento com a inspeção do tórax, palpação, percussão, ausculta pulmonar e cardíaca, dentre outros pontos que o profissional achar conveniente.
PBsaúde - Como o fisioterapeuta especializado trabalha com pacientes de UTI? Quais as dificuldades?
Muitas pessoas têm no imaginário que a UTI é um ambiente de pessoas prostradas no leito, entregues à doença ou que estejam praticamente mortas e incomunicáveis; mas essa não é a realidade de todas UTIs, muito pelo contrário. Atualmente a tecnologia, as pesquisas e a qualificação profissional estão causando modificações extremas nas UTIs Brasil afora. Hoje em dia as UTIs estão mais humanizadas e o fisioterapeuta tem toda a liberdade de realizar suas técnicas, métodos e estratégias com toda a segurança com o paciente. Quem poderia imaginar que um paciente de UTI poderia deambular (caminhar) dentro do setor estando entubado e realizando exercícios fisioterapêuticos? Mas hoje o fisioterapeuta pode utilizar as mais variadas ferramentas (com segurança) visando o bem-estar dos pacientes, seja nos exercícios, na deambulação assistida, nas manobras torácicas, enfim, existem muitas possibilidades. A dificuldade que eu poderia citar é ainda a concepção retrógrada de alguns gestores quanto à necessidade do fisioterapeuta para a obtenção de bons resultados na UTI, como também da resistência de alguns profissionais em fazer da UTI um novo ambiente, baseado numa visão contemporânea de Unidade de Terapia Intensiva.
PBsaúde - Pacientes em estado de coma também podem submetidos? como são avaliados seus desempenhos?
Sim, sem dúvidas os pacientes que se encontram em estado de coma também passam pelo tratamento fisioterapêutico em cardiorrespiratória, muitas vezes precisando até mais do que aquele outro que está em estado de vigília, isso porque, aquele paciente comatoso está sem nenhum reflexo de defesa no seu corpo e seu estado impossibilita, por exemplo, a remoção das secreções pulmonares, fazendo com que este indivíduo necessite de uma higienização brônquica; além do mais, por estar fazendo uso de um modo ventilatório controlado pela máquina, este paciente poderá apresentar fraqueza da musculatura torácica, podendo trazer complicações futuras para seu pulmão. A avaliação do ponto de vista cardiorrespiratório de um comatoso se dará através dos vários parâmetros apresentados nos monitores, além dos resultados colhidos nos exames complementares como a gasometria arterial. Existem outras maneiras de se avaliar pacientes no coma, a exemplo da presença ou não de drive respiratório (reflexo respiratório), reflexo de tosse, padrão respiratório, enfim, irá depender da patologia que levou aquele indivíduo à UTI como também se o coma é induzido ou não, por exemplo.
PBsaúde - Ao sair da UTI, os pacientes devem continuar com o tratamento?
Possivelmente após a saída desse paciente da UTI para outro setor do hospital ele será acompanhado por um fisioterapeuta para não só reabilitar a questão cardiorrespiratória, mas também por todas as conseqüentes repercussões pelo período que ele ficou internado na UTI. Depois da sua alta hospitalar, o seu acompanhamento ou não, dependerá das suas seqüelas ou da condição de saúde na qual ele se encontra. Por exemplo, o paciente é portador de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) há muitos anos, teve uma crise e foi parar na UTI, melhorou, teve alta hospitalar, entretanto dependerá de oxigenoterapia; possivelmente esse paciente será acompanhado por um fisioterapeuta, não apenas para adequar a sua ventilação e oferta de oxigênio, mas principalmente para evitar que esse indivíduo retorne para a UTI futuramente. Daí a importância de uma equipe interdisciplinar para poder fazer os devidos encaminhamentos para que situações como essas sejam minimizadas e até mesmo evitadas.
O The Speakers estará realizando o Curso de Oratória em João Pessoa nos dias 10 e 11 de dezembro, no auditório da FUNAD, das 08h00 às 12h00 e das 14h00 às 18h00. O ministrante será Marcos Rodrigues, psicólogo e analista de sistemas, escritor, colunista, empreendedor em série, sócio-fundador do Instituto Guia de Ação, idealizador do Congresso Pernambucano de Empreendedorismo e palestrante convidado em dezenas de eventos para mais de 20 mil pessoas.
O preço promocional de 60 reais profissional e estudante será exclusivo para esta turma.
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O
envelhecimento tem tomado cada dia mais os debates, os noticiários, as rodas de
conversa. Mas o que me chama mais a atenção é que o debate se faz em torno de
uma pergunta: como não demonstrar o envelhecimento e parecer sempre jovem?
Pensa-se muito na estética, na beleza de um corpo que não é eterno e esquece-se
do mais importante, a saúde.
Envelhecer
não é sinônimo de adoecer. Nem todo idoso é uma pessoa portadora de alguma doença,
mas o que é comum e natural é que este indivíduo perca algumas habilidades e
comece a se adaptar da melhor maneira a essa nova fase da sua vida. E muitas
vezes nós os consideramos como doentes ou impossibilitados na realização das
tarefas (por mais simples que sejam). É esse ponto que eu gostaria de abordar,
falar de fragilidade, deficiência e envelhecimento e como a sociedade enxerga
esses fenômenos.
Muitas
vezes por considerarmos a deficiência pelo modelo médico, cometemos o erro de
caracteriza-la como doença ou limitação física, considerando aí apenas as
desvantagens funcionais do indivíduo e suas limitações corporais; entretanto,
em 1960, surgiu no Reino Unido uma nova visão para conceituar a deficiência
como sendo um problema social, sendo assim, transfere-se a responsabilidade
para a incapacidade da sociedade em prever e se ajustar-se a diversidade.
Portanto,
deficiência é definida como: “desvantagem ou restrição de atividade provocada
pela organização social contemporânea que pouco ou nada considera aqueles que
possuem lesões físicas e os exclui das principais atividades da vida social”
(Upias, 1976, p. 3-4).
A
intenção do debate era destacar que não havia, necessariamente, relação direta
entre lesão e deficiência; onde lesão seria uma característica corporal, como o
sexo e a cor da pele, ao passo que deficiência seria o resultado da opressão e
da discriminação sofrida pelas pessoas em razão de uma sociedade que se
organiza de uma maneira que não permite inclui-las na vida cotidiana. Podemos
exemplificar: não poder caminhar é a expressão da lesão, a deficiência consiste
na inacessibilidade imposta às pessoas que usam cadeira de rodas.
Em
síntese, o modelo médico identifica a pessoa deficiente como algum tipo de
inadequação para a sociedade; o modelo social, por sua vez, inverte o argumento
e identifica a deficiência na inadequação da sociedade para a inclusão de todos
sem exceção.
Muitas das doenças
são entendidas como situações temporárias. Assim, embora pessoas doentes possam
doentes tenham uma condição de saúde inferior à determinada por algum critério
de normalidade, elas podem não ser consideradas deficientes dentro do modelo
médico porque sua redução de capacidades é apenas temporária e não permite
definir uma identidade. O caminho inverso também é trilhado para separar
deficiência de doença, porém com um argumento um pouco mais sofisticado: se a
deficiência é uma situação irreversível, é perfeitamente possível redefinir o
conceito de normalidade a fim de ajustá-lo à condição permanente das pessoas. A
cegueira, por exemplo, passa a ser a condição normal de uma pessoa cega e,
portanto, não faz sentido classificá-la como doente. Nesse esquema, uma pessoa que
não pode enxergar porque está com uma inflamação ocular grave é uma pessoa doente
e uma pessoa cega é uma pessoa deficiente.
Segundo Oliver
(1990, p. xiv), “todos os deficientes experimentam a deficiência como uma
restrição social, não importando se essas restrições ocorrem em consequência de
ambientes inacessíveis, de noções questionáveis de inteligência e competência
social, se da inabilidade da população em geral de utilizar a linguagem de
sinais, se pela falta de material em braile ou se pelas atitudes públicas hostis
das pessoas que não têm lesões visíveis”.
O
ato de revelar a relação entre envelhecimento e deficiência é importante por várias
razões:
1.Indica que o envelhecimento vem acompanhado de
algumas limitações nas capacidades físicas e, às vezes, intelectuais; no
entanto, apesar do envelhecimento crescente de quase todas as populações do
mundo, na maioria delas pouco ou nada se tem feito para que essas limitações
não se tornem causa de deficiências;
2.Mostra que, na ausência de mudanças na forma como as
sociedades organizam seu cotidiano, todos seguem em direção a uma fase da vida
em que se tornarão deficientes, o que motiva, ainda que por meio da defesa de
interesses egoístas, a melhoria das políticas públicas voltadas à deficiência;
3.Lembra que a interdependência e o cuidado não são
algo necessário apenas diante de situações excepcionais e sim necessidades
ordinárias em vários momentos da vida de todas as pessoas;
4.Afirma que a previsibilidade do envelhecimento
permite entender que muito da deficiência é resultado de um contexto social e
econômico que se reproduz no tempo, pois a deficiência no envelhecimento é, em
parte, a expressão de desigualdades surgidas no passado e que são mantidas.
Do ponto de
vista conceitual, o modelo social enfatiza uma mudança de perspectiva quanto ao
peso que características corporais têm na experiência da deficiência, mudança
que tem consequências para a formulação de políticas: o reconhecimento da “sociedade
deficiente” é tão ou mais importante para a formulação de políticas públicas que
a identificação da “pessoa deficiente”. O modelo social jamais ignorou o papel que
as perdas de funcionalidade têm na experiência da deficiência, mas enfatiza que,
em muitos casos, essa experiência só ocorre por motivos eminentemente sociais. É
perfeitamente possível, por exemplo, que, em uma sociedade devidamente
ajustada, uma pessoa com algum tipo de limitação funcional não experimente a
deficiência.
De modo geral se
faz importante a partir dessa nova conceituação que os governos e a sociedade de
por completo, passe a entender que o envelhecimento e a deficiência, mesmo que
fenômenos diferentes, precisam ser considerados de uma perspectiva mais ampla,
fazendo com que os indivíduos idosos e portadores de deficiência sejam realmente incluídos na sociedade para que contribuam
e desfrutem de maneira mais igualitária e respeitosa, deixando assim de sermos uma sociedade despreparada e deficiente.
Luan César Simões
Fisioterapeuta
Resumo baseado no texto: A nova maneira de se entender a deficiência e o envelhecimento
Espero que essa entrevista tenha correspondido às expectativas dos leitores e aguardo sugestões de entrevistados para que possamos dar continuidade a essa proposta.
GOSTARÍAMOS
DE SABER COMO O SENHOR ENXERGA A FISIOTERAPIA HOJE, DEPOIS DE 42 ANOS DE
REGULAMENTAÇÃO? HOUVE AVANÇOS?
Houve avanço sim. Houve tanto avanço que
se você traçar um paralelo proporcional, do crescimento da Fisioterapia nesses
42 anos e o da Medicina desde 500 anos atrás, vamos ver que proporcionalmente a
Fisioterapia e a Terapia ocupacional cresceram mais; daí a criação do PL 268 (ato
médico) que ficou parado há 9 anos na Comissão de constituição e justiça, devido
ao forte empenho dos Conselhos de saúde inclusive do COFFITO, e recentemente,
no dia 29/09, em uma audiência pública nessa mesma comissão, tivemos uma
vitória expressiva sobre a medicina. O problema é que esse crescimento foi
quantitativo, o qualitativo ficou a quem, e está na hora de organizarmos e
ordenarmos o quantitativo e darmos um start muito maior no crescimento qualitativo.
Não é fácil, não vamos conseguir em 2 meses ou 2 anos, nós temos uma gestão de
4 anos e vamos ter dado uma contribuição, mas é importante e primordial, a conscientização
do profissional, inclusive de forma política; hoje é considerado feio falar de
política, feio é a politicagem que se faz por baixo dos panos por interesse de
uma minoria....mas quando fazemos a política verdadeira pela maioria, daí
iremos trabalhar a melhora da sociedade. É importante a consciência política do
profissional e acadêmico para que
possamos formar quadros, porque é necessário e imprescindível a rotatividade de
cabeças e líderes para pensar a Fisioterapia e a Terapia Ocupacional numa
quantidade maior para que amanhã possamos ter
a condição de discutir de igual para
igual, inclusive qualitativamente. Tenho orgulho de ser fisioterapeuta e devo
as minhas conquistas à minha profissão que é aquela que leva a melhor condição
de ver a vida com dignidade; mas é importante que acima de tudo nós possamos dar,
com consciência, a dignidade merecida para essa profissão.
É importante a publicação de trabalhos,
empenho dos profissionais em associações, para fazer regulamentações como a que
foi idealizada através de parcerias com especialidades como a ASSOBRAFIR (RDC 7
da Anvisa). Se não fosse a SOBRAFIR, que completou 25 anos neste ano, junto com
seus profissionais, preocupados, não teríamos os frutos mostrando a importância
do fisioterapeuta na UTI. Isso porque tivemos vários trabalhos na área e dessa
forma, estamos otimizando o serviço e isso só foi comprovado pelo avanço
qualitativo da ASSOBRAFIR, por exemplo, e temos isso nas outras áreas,
precisamos divulgar. No mundo somos o que menos publicamos, costumo dizer que o
maior inimigo da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional é o fisioterapeuta e o
terapeuta ocupacional quando não conscientes da grande missão que eles têm.
PARA
FINALIZAR, O SENHOR PODERIA DEIXAR UMA MENSAGEM PARA NOSSOS LEITORES ACADÊMICOS
E FISIOTERAPEUTAS ASSIM COMO PARA A COMUNIDADE GERAL QUE ACOMPANHA NOSSO BLOG?
Costumo dizer que o fisioterapeuta e o
terapeuta ocupacional são profissionais que tem uma grande missão aqui na
Terra, através das mãos e da sua mente eles têm a possibilidade de transformar
vidas. Somente aquele que dependeu da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional,
pode ressaltar a grandeza dessas duas profissões, e nós, que exercemos essas
profissões, em busca do vio metal, muitas e muitas vezes abrimos mão dessa
grandeza e a vendemos de forma tão barata, tornando-a cada vez mais indigna. A
mensagem que eu deixo é que estamos fazendo apenas 42 anos nesse ano, muitos já
desistiram da profissão, no meu caso, tenho 13 anos e um sou eterno apaixonado
pela minha profissão que é a Fisioterapia, e sou um grande admirador da Terapia
Ocupacional; acredito que são profissões, e não é da boca pra fora, acredito
que são grandes profissões do futuro; não precisamos de bisturi, agulhas ou
drogas para promover a melhora. Nós tocamos com afeto, carinho, com dedicação e
empenho; temos a oportunidade de criar novas possibilidade e oportunidade para
os pacientes; para aqueles que estão em coma, não estão andando, que têm
dificuldade de se estabelecer em um determinado local, no seu trabalho, no dia
a dia, nas atividades de vida diária; aí está a importância do fisioterapeuta
do terapeuta ocupacional. É importante
que nós possamos realmente enxergar a grandeza que temos e a enorme honra de
trabalhar de forma digna, estudando, se qualificando, tornando-se competente para
ofertar à sociedade uma Fisioterapia e Terapia Ocupacional de qualidade.
Enquanto Conselho o que nós podemos
dizer é que durante o tempo que ficarmos na gestão, aquilo que pudermos promover
para dar condições a essas duas profissões para crescer, nós faremos. Como
qualquer ser humano, somos falhos, mas se todos nós nos unirmos para promover uma
Fisioterapia e uma Terapia Ocupacional de qualidade nós vamos conseguir e vamos
fazer diferente. É importante também arregaçarmos as mangas e fazermos um
futuro diferente; somos detentores de um título que muita gente hoje queria, mas
que poucos possuem, apesar da quantidade de cursos; muita gente queria e tantos
possuem e não valorizam essas profissões que são dignas e importantes para qualquer
cidadão.
NOS ÚLTIMOS DIAS O CREFITO 1 LANÇOU UMA RESOLUÇÃO
VISANDO COIBIR O DESENFREADO AUMENTO DE ANÚNCIOS DE FISIOTERAPIA
DERMATO-FUNCIONAL EM SITES DE COMPRA COLETIVA POR PREÇOS ÍNFIMOS. ENTRETANTO,
EXISTE UMA DIFICULDADE PARA FISCALIZAR ESSES ANÚNCIOS E SEUS RESPECTIVOS
ATENDIMENTOS, JÁ QUE MUITAS VEZES SÃO ANUNCIADOS COMO SENDO DE PROFISSIONAIS DE
ESTÉTICA E REALIZADOS EM DOMICILIO. À MÉDIO E LONGO PRAZO COMO O SENHOR ACHA
QUE PODERÍAMOS COMBATER ESSA PRÁTICA?
Na verdade é importante lembrar que o
nosso código de ética já fazia alusão a essa prática, mesmo sendo de 1968,
período que nem existia internet, por isso não se fala em nome da internet e
ele não fala em sites de compra coletiva. Nesse caso o CREFITO 1 julgou
necessário a elaboração de uma resolução para usar os termos abertamente,
justamente para não deixar margem amanhã pra qualquer abertura jurídica. Fomos
enfáticos apesar do código já preconizar. Observamos como tem sido a resposta
dentro da Fisioterapia como da população como um todo e estamos vendo que temos
apoio, assim como muita gente tem comentado de forma contrária, achando que
fere direito do consumidor e da livre concorrência. Importante sermos austeros
e vamos ser! Primeiro não estamos ofertando nenhum produto como uma loja de
conveniência; não estamos vendendo fruta, papel ou trabalhando com cimento, e
não tenho nada contra as profissões que trabalham com fruta, papel ou cimento.
Estamos trabalhando com vidas, a Fisioterapia não se resume à estética que está
se vendendo em pacotes desenfreados para beleza. Oferecemos um serviço de saúde
que mexe com a vida humana, nós cuidamos de vidas e não estamos prontos a
permitir em nenhum momento o leilão que se faz na internet com a vida e as
patologias que acometem a coletividade. Enquanto Conselho e protetores do
cidadão nos vamos sim dá continuidade à fiscalização e ao competente processo
ético, buscando a punição daqueles que se atreverem a ir de encontro ao código
de ética da Fisioterapia.
Há vários momentos que podemos perceber com clareza o que o
código de ética diz sobre essas questões:
CAPÍTULO
SEGUNDO
Art.
7º
P.
11
“oferecer ou divulgar seus
serviços profissionais de forma compatível com a dignidade da profissão e a
leal concorrência”
Art.
8º É proibido ao
fisioterapeuta e ao terapeuta ocupacional, nas respectivas áreas de atuação:
P.
16º
“angariar ou captar serviço
ou cliente, com ou sem a intervenção de terceiro, utilizando recurso
incompatível com a dignidade da profissão ou que implique em concorrência
desleal;”
P.
20
“dar consulta ou prescrever tratamento
por meio de correspondência, jornal, revista, rádio, televisão ou telefone”
P.
28
“prescrever tratamento sem
examinar diretamente o cliente, exceto em caso de indubitável urgência ou
impossibilidade absoluta de realizar o exame”
PARAG, UNICO
ART. 9º
Art.30
“É proibido ao fisioterapeuta e/ou
terapeuta ocupacional prestar assistência profissional gratuita ou a preço
ínfimo, ressalvado o disposto no art. 29, e encaminhar a serviço gratuito de
instituicão assistencial ou hospitalar, cliente possuidor de recursos para
remunerar o tratamento, quando disso tenha conhecimento.”
Art.
31
“É proibido ao fisioterapeuta e/ou
terapeuta ocupacional afixar tabela de honorários fora do recinto de seu
consultório ou clínica, ou promover sua divulgação de forma incompatível com a
dignidade da profissão ou que implique em concorrência desleal.”
Essa gestão não é contra os sites de
compra coletiva e acha interessante, mas que negocie produtos, bens de consumo.
É importante a livre concorrência para que nós, consumidores, tenhamos como
comprar produtos de qualidade por preços mais acessíveis; o que não pode é
oferecer a saúde e a dignidade da população brasileira, isso não pode! O fisioterapeuta
não é comerciante, ele é um profissional da área da saúde e como diz o primeiro
artigo do código de ética:
“O fisioterapeuta e o
terapeuta ocupacional prestam assistência ao homem, participando da promoção,
tratamento e recuperação de sua saúde”
Então cuidar da população desde a
prevenção, passando pela promoção até a reabilitação é ético, e cuidar do homem
é ético! Não é ético estarmos leiloando a saúde coletiva em sites e não
permitiremos isso e seremos austeros; esse Conselho vai agir de forma imparcial
nessa situação.
EM
2001 O COFFITO RECONHECEU A OSTEOPATIA E QUIROPRAXIA COMO ESPECIALIDADES DO
FISIOTERAPEUTA, ENTRETANTO DIANTE DO CRESCIMENTO DESSAS “ESPECIALIDADES” E DA
RELEVÂNCIA QUE AS MESMAS APRESENTAM NO CENÁRIO INTERNACIONAL, SURGIU UMA PL NO
CONGRESSO NACIONAL SOLICITANDO A REGULAMENTAÇÃO DA QUIROPRAXIA NO BRASIL.
DIANTE DESSE ACONTECIMENTO QUAL A VISÃO DOS CONSELHOS FEDERAL E REGIONAIS?
A Osteopatia e a Quiropraxia são especialidades
da Fisioterapia no Brasil, enquanto especialidades nós vamos continuar lutando
para continuar assim sendo porque também trabalha com o toque direto no
paciente, com a mobilização, com as cadeias osteomioarticulares; agora em
outros países, como nos EUA, a Quiropraxia é uma profissão muito forte.
Realmente aqui no Brasil existia um P.L. tentando criar a Quiropraxia como
profissão, entretanto na virada do ano, não houve a reeleição do deputado autor
e o projeto foi arquivado sem chances de voltar. Porém, os Quiropraxistas de
fora do país e alguns daqui, se bem que aqui não admitimos, mas existem alguns
fisioterapeutas especialistas que se dizem Quiropraxistas; estão tentando
novamente criar um P.L., e eles têm um enorme volume de dinheiro e temos que
estar atentos. Nesse caso temos a Comissão Parlamentar do COFFITO que estão
trabalhando de maneira grandiosa com uma equipe de dois profissionais por
semana, tanto na câmara quanto no senado, tentando coibir essa ação, isso se
chama a defesa da profissão e vamos lutar para que continue sendo da Fisioterapia.
Inclusive algumas regionais já deportaram alguns “Quiropraxistas” junto com a
Polícia Federal.
ANUALMENTE AUMENTA-SE A OFERTA DE PROFISSIONAIS DE
FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL NO MERCADO DE TRABALHO DO BRASIL, MUITO
DISSO SE DÁ PELA CRESCENTE ABERTURA DE NOVAS FACULDADES, MUITAS VEZES COM POUCA
QUALIDADE NO ENSINO, SE TORNANDO MERAS “FÁBRICAS DE DIPLOMA”. O MEC CRIOU O
ENAD COMO FERRAMENTA PARA ANALISAR E QUALIFICAR ESSAS INSTITUIÇÕES. HOJE EXISTE
UM DEBATE NO MEIO ACADÊMICO VISANDO A CRIAÇÃO DE UMA NOVA FERRAMENTA ESTILO OAB
PARA SELECIONAR OS “BONS E MAUS” PROFISSIONAIS DO MERCADO E CONSEQUENTEMENTE,
LIMITAR A ABERTURA DE NOVAS IES. QUAL A OPINIÃO DO SENHOR À RESPEITO DO SISTEMA
EDUCACIONAL ATUAL, LEVANDO-SE EM CONSIDERAÇÃO OS CURSOS DE FISIOTERAPIA E
TERAPIA OCUPACIONAL E A RELAÇÃO COM O MERCADO DE TRABALHO DESSAS PROFISSÕES?
Realmente houve no Brasil um aumento
significativo de escolas de nível superior de Fisioterapia, enquanto que a
Terapia ocupacional vem numa via contraria; há uma carência de T.Os, estamos em
campanhas para abrir cursos na Universidades Federais.
A abertura de IES de Fisioterapia nunca
passou pelos Conselhos, isso porque quem abre os novos cursos é o MEC.
Entretanto, no ano passado, por aprovação de uma lei que entra em vigor neste
ano, o MEC fará uma consulta ao Conselho Federal de cada profissão, mas será
apenas uma consulta, mesmo o Conselho se colocando contra, o MEC poderá abrir.
É importante que esse parecer, embora consultivo, seja trazido para o Conselho
Regional, pois quem melhor sabe da condição e da necessidade local é o
regional. Diante disso, pedimos que a Comissão de educação também crie uma
oportunidade para que o Conselho regional se pronuncie sobre essa abertura,
pois queremos participar dessa decisão.
Quanto à prova de proficiência que OAB
possui, existe um projeto de lei que possibilita essa mesma iniciativa em
outras profissões, mas as leis brasileiras não permitem essa prática; a OAB só
possui porque na época a lei permitia. Porém nos temos outras formas de
trabalhar a qualidade do profissional, uma delas é através do título de especialista;
o sistema COFFITO/CREFITOs farão a prova em todo o Brasil, ao contrário de
antigamente onde cada sociedade de especialistas aplicava a sua própria prova; aqui
na PB será realizada em João Pessoa e Campina Grande. Essa prova amanhã será uma
determinante na qualidade do ensino. Hoje a lei que regulamenta a presença do fisioterapeuta
em UTI diz que toda equipe deverá ter um coordenador técnico e este deverá ser
especialista em Fisioterapia Cardiorrespiratória. Importante lembrar que são muitos
profissionais e temos que lutar para que abram mais postos de trabalho, só em
PE serão necessários cerca 400 profissionais. Se tivermos outras áreas com essa
obrigatoriedade do fisioterapeuta, nos teremos novas áreas de trabalho e o
mercado irá suportar esse novo número. Fora isso, é importante que cada
profissional se qualifique mais, pois se iniciou uma guerra proporcionada pelo
MEC a partir da abertura de novas faculdades e o próprio mercado de trabalho
irá excluir os profissionais sem qualidade e selecionar os mais preparados.
SOBRE
OS VÁRIOS ABUSOS COMETIDOS NOS ÚLTIMOS TEMPOS PELOS PLANOS E CONVÊNIOS DE
SAÚDE, MUITAS VEZES REPASSANDO VALORES IRRISÓRIOS PARA OS ATENDIMENTOS DOS
PROFISSIONAIS. O QUE O CONSELHO PLANEJA FAZER PARA QUE ESSA SITUAÇÃO SEJA
SANADA?
Primeiro, o Conselho não trabalha na
regulamentação nem na negociação desses repasses, porém o CREFITO tem a função
de estimular a abertura de entidades para a proteção e para uma oferta de profissão
de qualidade. Vem acontecendo no Brasil inteiro a criação de Associações de empreendedores
em Fisioterapia e essas entidades tem condições de discutir com os planos e convênios.
Ao Conselho cabe sim a função de fazer cumprir a tabela de honorários, para
isso, a Comissão de honorários está trabalhando para implementação da tabela
nesse sentido, inclusive da Resolução 387 deste ano, fiscalizando o exercício da
mesma e punindo os profissionais que estiverem praticando preço inferior.
Estaremos juntos com as clínicas de Fisioterapia e Terapia Ocupacional e com os
sindicatos e associações de empresários para que eles negociem e repassem os
melhores salários aos seus profissionais.
MUITAS VEZES, PELA PRÓPRIA CONDIÇÃO IMPOSTA PELO
MERCADO DE TRABALHO, ALGUNS FISIOTERAPEUTAS SE VEÊM NA OBRIGAÇÃO DE REALIZAREM
UM ATENDIMENTO POR PRODUÇÃO E MUITAS VEZES ESSE ATENDIMENTO TORNA-SE DE POUCA
QUALIDADE. SABEMOS É INVIÁVEL HAVER UMA FISCALIZAÇÃO EM TODOS OS SERVIÇOS DE
FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL, MAS O SENHOR ENXERGA ALGUMA MANEIRA DE
BARRAR ESSA QUEDA NA QUALIDADE DOS SERVIÇOS?
Realmente isso foi uma cascata, quando
os planos de saúde começaram a pagar muito pouco, o empresário, dono de
clínica, para se manter no mercado, começou a trocar a qualidade pela
quantidade, e isso foi ruim para a Fisioterapia pois o tratamento deveria ser
feito em escala, sem personalização fazendo com que o paciente saísse sem
nenhuma melhora, por essa razão, hoje temos uma população que parte dela desacredita
na Fisioterapia.
Nós temos que resgatar esse crédito da
população pois acima de tudo temos uma profissão que se impõe, e sabemos que
resolve o problema do paciente nas mais diversas áreas. Para isso temos feito um
programa de resgate da auto-estima do profissional, sendo necessário que os sindicatos
e associações também entrem nessa briga para buscar melhorar o piso salarial e
os repasses dos planos de saúde para que o profissional possa ofertar um
atendimento de qualidade. Se hoje tenho um fisioterapeuta que atende 35, 40 pacientes
dentro do serviço, se ele tiver uma remuneração melhor ele vai poder fazer 6 ou
8 atendimentos naquele mesmo turno
possibilitando maior qualidade ao paciente, fazendo com que o objetivo primordial
da Fisioterapia seja cumprido, que é a melhora de saúde e da oferta de saúde ao
paciente; para isso é necessário toda uma campanha para a valorização a começar por cada profissional. Aquele que
se vende por uma sessão abaixo do valor ínfimo (salvo exceções prescritas no
código de ética), ele não é digno da profissão que tem, ele é indigno de
permanecer na Fisioterapia. Ele está prostituindo o mercado, este é o termo; e
esse profissional com o tempo será esquecido do mercado. Ele tem que entender
que o bem maior que está em sua mão é a vida do paciente e não pode ser tão
barata assim.
Mestre em Fisioterapia pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE; Especialista em Fisioterapia Cardiorespiratoria; Graduado pelo Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ. Atualmente é professor universitário, foi fisioterapeuta do Centro de Reabilitação da cidade de Araruna - PB e é Delegado do Conselho de Fisioterapia e Terapia Ocupacional - Regional 1 na Paraíba. Trabalhou no Núcleo de Acolhida Especial do estado da Paraíba pela SEDH e foi pesquisador voluntário de grupos de pesquisa e estudos em saúde na Universidade Federal da Paraíba - UFPB.